Não tenho qualquer relação pessoal com Paulo Pedroso e seguramente que ele não sabe sequer que existo, o que não obsta, no entanto, a que tenha tido e continue a ter por ele grande respeito e consideração, enquanto figura pública.
Tal circunstância não impede que me sinta à vontade para me pronunciar a propósito do noticiado arquivamento da queixa de Paulo Pedroso por ele apresentada contra seis vítimas do processo Casa Pia, "por difamação, falsidade de testemunho e denúncia caluniosa", arquivamento que, de acordo com a peça para que remete o link supra, teve como fundamento "o facto de o MP ter considerado que não há argumentos para concluir que os rapazes testemunharam contra Paulo Pedroso de forma dolosa, ou seja, com intenção de prejudicar o antigo deputado".
Por amor de Deus ! Então Paulo Pedroso, que passou pela prisão, foi lançado às feras por tudo quanto é media, e viu o seu nome e a sua pessoa enlameados de todo o modo e feitio, para finalmente ser excluído do número dos acusados naquele processo, não tem ninguém a quem pedir contas ? É assim tão fácil ser eximido de responsabilidades ?
Podem lançar-se sobre uma pessoa as maiores calúnias, destroçar a sua vida e depois ilibam-se os responsáveis com a simples alegação de que não há dolo ?
Se não há dolo, há o quê ?
Perplexo, limito-me a perguntar.
2 comentários:
É Portugal no seu melhor. podemos ser maus em muita coisa, mas somos mestres do arquivamento... ah! E a culpa morre sempre solteira.
As testemunhas aré podem ter errado sem dolo. O que foi doloso e incompreensível foi o espectáculo mediático da prisão, o estrondo massificado da maior parte dos "media", a orgia da condenação na praça pública que já é irreparável. Não será de equacionar um mecanismo processual de reintegração de imagem para casos como este e outros? Zé Mário
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