No "Público" de hoje lê-se um editorial assinado pelo seu director, José Manuel Fernandes (JMF) em que este, a propósito da crise do BPN e da associação que tem sido feita ao facto de estarem ligados ao caso diversos nomes que fizeram parte dos Governos de Cavaco Silva, sugere que estaremos perante uma manobra de diversão tendo como finalidade desviar as atenções do "crescendo da contestação social, protagonizado sobretudo pelos professores mas latente em muitos sectores da sociedade" e, não se ficando por aqui, alerta para a gravidade da situação em que "o país [se] arrisca ... a regressar ao clima de uma guerra de "terra queimada" onde nenhuma referência se salva: nem Governo, nem oposição, nem Presidente", finalizando com um aviso no sentido de que "... numa democracia em tempos de crise, optar pela táctica da "terra queimada" pode ser suicidário".
Este alerta e o aviso chegam a ser "comovedores" vindos de quem não tem feito outra coisa que não seja lançar achas para a fogueira contra o Governo legítimo do país, ora fazendo ataques sucessivos de par com o colunista José Pacheco Pereira (parceria que este não se coibiu de confirmar), ora antecipando e promovendo, nas primeiras páginas do jornal que dirige, tudo quanto são lutas contra o Governo (a luta dos professores, para quem acompanhado o tratamento dado ao caso, é, neste aspecto, exemplar), quer ainda patrocinando (como director) a devassa da vida do primeiro-ministro (devassa de que se têm encarregado: o jornalista António José Cerejo e, em menor grau, o jornalista Luciano Alvarez, o autor da denúncia das "fumaças" no voo aéreo para Caracas).
É caso para perguntar ao director do "Público", porque não toma, ele, do remédio que receita aos outros ?
É que ele, não só não faz mea culpa, como insinua que alguém com interesse em desviar as atenções (que só pode ser o Governo ou o PS) está por detrás da manobra. Isto, partindo do pressuposto (como ele parte) de que tal manobra existe, pressuposto que não aceito, pela razão simples de que ainda não vi assacar qualquer responsabilidade ao PR no caso BPN. O que tenho visto sim, até nas páginas do "Público" (mais uma razão para JMF bater com a mão no peito) são referências a factos conhecidos (há pessoas ligadas ao BPN que fizeram parte dos governos do actual PR) ou a factos sem qualquer relevância para o caso (contribuições de accionistas do BPN para a campanha presidencial de Cavaco Silva).
Ou seja, o director do "Público" ao mesmo tempo que quer fazer de "bombeiro" (daí o alerta e o aviso) não se esquece de continuar a sua tarefa de "incendiário" (ao lançar suspeitas para o ar).
Enternecedor! Concluo eu.
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