O primeiro comunicado do Presidente da República a propósito das notícias envolvendo o BPN e em que o seu nome aparecia associado ao facto conhecido de personalidades ligadas ao BPN terem sido membros de governos por ele presididos começa a fazer mais sentido com o aparecimento de notícias como esta em que se dá conta de que José Oliveira e Costa, doou a título pessoal 15 mil euros para a campanha presidencial de Cavaco Silva. Não que, a meu ver, uma coisa tenha a ver a ver com outra, mas é compreensível por parte do Presidente da República algum incómodo com esta revelação, até porque ela surge associada a outra em que se dá conta de que na lista dos apoiantes da sua candidatura há "outros accionistas do BPN, entre eles Joaquim Coimbra, que terá feito a doação mais generosa, com mais de 22.482 euros".
Esse comunicado fazia sentido (repito-me) e agora mais ainda, pois tudo indica que a "campanha", na altura ainda não iniciada (e que o comunicado quis, porventura, prevenir) parece agora já estar em marcha.
Os esclarecimentos posteriores, tal como já aqui se referiu é que já não se podem considerar como muito avisados, se bem julgo.
Infelizmente, e para culminar, as últimas declarações do Presidente da República, após a audição concedida a Dias Loureiro, têm pouco a ver com a virtude da prudência. É que, quaisquer que sejam as responsabilidades de Dias Loureiro no caso BPN, do labéu de ingénuo ou incompetente já ninguém o livra, pois foi ele mesmo que se encarregou de se apresentar como tal na entrevista dada à RTP1 (ou, melhor dizendo, oferecida por esta). Ora, que o PR tenha vindo, nestas circunstâncias, reafirmar a sua confiança no conselheiro de Estado, Dias Loureiro, de tal forma que este não se sentiu na obrigação de renunciar ao cargo, é, pura e simplesmente, meter-se em sarilhos. E bem escusados, julgo eu.
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