quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Meter as mãos na massa é que é o diabo ...

A ruptura entre o Bloco de Esquerda (BE) e o vereador José Sá Fernandes, eleito para a Câmara de Lisboa, como independente nas listas daquele partido, revela, sob a capa de explicações mais ou menos claras, a incapacidade do BE em passar das palavras aos actos. Não é novidade, diga-se, mas este caso tem a virtualidade de o confirmar. Discursos, sim senhor, há por lá (BE) quem saiba fazer, assumir responsabilidades, comprometer-se com o concreto, em suma, meter as mãos na massa, é que é o diabo ...
Para o BE, o "Zé" já não faz falta. José Sá Fernandes, no entanto, não terá outra alternativa que não seja a de, como ele diz, e bem, "continuar a trabalhar". É para isso que foi eleito e o ser "independente" dá-lhe suficiente cobertura ética para prosseguir. A bem de Lisboa, claro.
Adenda:
Falar em perseguição política e em purga, como o faz Vitalino Canas, não me parece, porque, em bom rigor, purga não existiu, nem podia existir, porque Sá Fernandes é independente e perseguição é um termo demasiado forte para caracterizar uma situação de discordância, ou de simples ruptura, como é o caso.

5 comentários:

ARISTIDES DUARTE disse...

José Sá Fernandes já está talhado para ser integrante em lugar elegível na próxima lista do PS para a Câmara de Lisboa. Aposto singelo contra dobrado...

Francisco Clamote disse...

É provável que ganhe a aposta, sim senhor. Tudo leva a crer que sim. Cumprimentos.

ARISTIDES DUARTE disse...

Se eu ganho a aposta , a pergunta é:
Porque é que esse senhor se candidatou pelo Bloco de Esquerda e não pelo PS?
Ainda bem que não voto em Lisboa, porque se votasse em Lisboa e tivesse votado na lista do Bloco de Esquerda ficaria mesmo muito chateado.
É que sabe uma coisa: como voto por aqui , sempre tenho ouvido dizer que nas autárquicas não contam os partidos , mas só as pessoas. Quem diz isto, diz mais: nas terras pequenas, como as do concelho de Sabugal, só contam as pessoas e nas grandes cidades, onde ninguém se conhece , só contam os partidos. Eu não concordo nada com isso e sei bem que contam em primeiro lugar os partidos, aqui e em qualquer lugar.
Por isso, para mim, os votos do Fernandes foram do Bloco e não do próprio.
Já agora, gostaria de saber de que terra é que o amigo é natural, se quiser referir. Como sabe eu sou do Soito.

Cumprimentos

Francisco Clamote disse...

Caro Aristides Duarte:
Não me parece que no caso do Sá Fernandes, o meu amigo tenho razão ao dizer que o voto foi no BE e não no Sá Fernandes, pela razão simples de que o vereador Sá Fernandes tinha ganho grande notoriedade com a sua oposição ao anterior elenco camarário, em particular no que diz respeito ao túnel das Amoreiras - Praça Marquês de Pombal e não só. Aliás, por alguma razão o BE o propôs como cabeça de lista, embora ele fosse e continue a ser independente.
Bom, já que me pede, aqui vai o nome da minha terra: Rapoula do Côa.
Cumprimentos.

ARISTIDES DUARTE disse...

Bem me parecia que era Rapoula, porque aí é que eu conheço Clamotes