sábado, 29 de novembro de 2008

As contas furadas

Têm-se ouvido sucessivos avisos por parte dos professores de que a sua luta (ou melhor dizendo, a não capitulação por parte do Governo face às suas exigências e às ameaças dos seus sindicatos) vai prejudicar eleitoralmente o PS (e até aqui na casa já se viram comentários nesse sentido).
Pois bem, segundo uma sondagem hoje publicada no semanário "Económico", as intenções de voto no Partido Socialista continuam a subir. Não se justifica, pois, a "apreensão" dos professores. Acrescento que tal resultado até se compreende perfeitamente: Perante a ofensiva dos sindicatos dos professores (apoiados ou servindo a estratégia do PCP e do BE) e perante a atitude oportunística dos partidos da direita (PSD e CDS) a mostrarem ser mais que timoratos e ter pouco sentido de Estado, o PS revela-se como a única força política capaz de se opor e de impedir a "captura" (o termo não é meu) do Estado por parte de interesses sectoriais ou corporativos (termo que também colhi algures). E, assim sendo, quem entenda e defenda que o interesse geral do país tem que prevalecer sobre os interesses particulares de toda e qualquer classe profissional não tem hoje qualquer outra alternativa que não seja apoiar o PS.
José Sócrates ao defender, como o defendeu esta manhã, perante a Comissão Nacional do PS, que a avaliação dos professores é uma questão que envolve o primeiro-ministro e o Governo e não apenas a ministra da Educação, prova, se dúvidas houvesse, que é um político sem medo e o único (a nível partidário) a ter capacidade para levar a nau a bom termo, nestes tempos de cólera e de crise económica mundial.

3 comentários:

Anónimo disse...

Concordo plenamente - Sócrates já provou há muito que não tem medo e que vai em frente com a reforma que o país necessita. E não são classes profissionais só por se juntarem em grande número que o conseguirão demover e impedir que existam mudanças necessárias.

Anónimo disse...

Concordo com o comentário.Alguem com largas responsabilidades disse um dia. Que as injustiças sociais eram tantas que a continuarem poderia estar em risco a propria democracia.Veio a decima a força dos grupos de pressão, com a eleição do actual governo que tudo tem feito para retirar portagonismo a grupos que embora importantes não são eleitos pelo povo português

Anónimo disse...

Se fosse o Paulo Portas a não ceder, também o apoiaria e note-se não vou com o Paulo Portas.
Portanto, todos estamos de acordo que qualquer governante só tem a ganhar não cedendo a interesses corporativos, nada tem a perder, salvo se as medidas forem um desastre.
Agora que Sócrates vá lá muito bem, lá isso não vai, mas em terra de cegos quem tem olho ...
E isto porque está a perder a cabeça em vários quadrantes:
Pescar no mar... só com licença.
Agora, são os chips nas matrículas para poupar uns tostões nos empregos de portageiros..., mas o incrível é que para ele (sua entourage) certos direitos são tretas... como a Comissão de Protecção de dados veio dizer e que muito me tocou pq até deslocado da sua área, no sentido de que um cidadão tem direito a pagar o que adquire com a moeda corrente (dinheiro vivo).
Está a transformar o país num jardim da biodiversidade confundindo a biodiversidade com o direito ao ambiente dando a mão ao fundamentalismo e ao ponto de até passar a ser obrigatório que se peça licença para fazer obras de escasso valor urbanístico ao ICN( o que tinha já sido dispensado quanto às Câmaras).
O imposto Municipal sobre imóveis das casas avaliadas está sufocar os donos, arranjando um novo senhorio que é a Câmara, e estas na sua maioria não são meigas com taxas perto dos 0,5% (máximo),e, no demais quanto a despesismo é mato.Quem se trama é a classe média e no demais e para não abusasr estou como o Sousa Tavares no Expresso de hoje.
E também não vou com com o Alegre.
Obrigado pelo desabafo.
Alberto Sampaio