"Militares israelitas admitiram que não foram feitos disparos a partir da escola de Jabaliya, atingida terça-feira por morteiros de artilharia, que mataram 42 palestinianos que ali se encontravam refugiados, revelou a agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos (UNWRA), responsável pelo estabelecimento.
O ataque à escola Jabaliya, a acção mais sangrenta depois do primeiro dia de bombardeamentos israelitas, a 27 de Dezembro, gerou uma onda de protestos internacionais e da própria ONU, que garantiu que o local estava identificado com as bandeiras da organização.
“Eles admitiram que os disparos a que as Forças de Defesa Israelitas [IDF] estavam a responder não eram oriundos da escola”, afirmou o porta-voz da UNWRA, referindo-se a uma comunicação feita por “oficiais seniores israelitas a diplomatas estrangeiros. “A IDF admitiu nesse ‘briefing’ que o ataque ao edifício da ONU não foi intencional”, acrescentou Chris Gunness, em declarações ao jornal israelita “Haaretz”.
As declarações de Gunness contrariam a versão oficial do Exército israelita, que na quarta-feira divulgou um vídeo mostrando activistas palestinianos a disparar “rockets” a partir daquele local. No entanto, o responsável garante que o vídeo datava de 2007, aquando dos confrontos entre as facções palestinianas, da Fatah e do Hamas. “Não eram imagens actuais”, garantiu: “Em 2007 tivemos que abandonar o local e foi só então que os militantes o tomaram.”
(In PUBLICO.PT)
Sabe-se que, na guerra, a verdade sofre, por sistema, tratos de polé. Na guerra de Gaza, não se foge à regra.
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