terça-feira, 8 de outubro de 2013

"Quando não há escrúpulos"

"(...) A maior parte dos economistas não comprometidos com os partidos no poder acha que a dívida actual é insustentável.
Passos Coelho e Cavaco Silva, pelo contrário, acham que é sustentável. (É verdade que Cavaco diz que é masoquismo dizer o contrário, sendo que antes disse o contrário do que disse agora, mas isso é aquele problema dos fios trocados que nós fingimos não ver).
Há ainda imensas coisas que eles acham que se pode fazer para ir buscar dinheiro. Não existe linha vermelha definida pela lei, pela moral ou pelo interesse nacional que eles não admitam ultrapassar.
Isto significa que, enquanto Passos Coelho estiver no poder, a renegociação não será vista como a melhor opção para os credores. Eles sabem que têm um amigo na presidência e outro em São Bento. Enquanto eles lá estiverem, os credores estão garantidos. A dívida vai ser sustentada. Os portugueses, esses é que vão ficar sem sustento"
(José Vítor Malheiros; "A dívida é sustentável quando não há escrúpulos" (extracto), hoje no "Público", sem link)

1 comentário:

Anónimo disse...

Não há escrúpulos nem vergonha!