segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Três anos das nossas vidas lançados à fogueira

Esta declaração tem o inquestionável mérito de acabar com todas as dúvidas: o governo português assume, sem disfarces, que Portugal, no final do actual programa de assistência, não estará em condições de financiar-se junto dos mercados financeiros, tendo forçosamente de recorrer a nova ajuda para se poder financiar a juros aceitáveis. Em boa verdade, notícias  como esta nem sequer permitem que o governo possa acalentar outra alternativa. 
Qualquer que seja a forma que o novo programa de assistência venha a tomar (novo resgate, ou programa cautelar) um dado é certo: Portugal, ao contrário do que Paulo Portas tem vindo a proclamar, não se verá livre do "protectorado". Duma forma ou de outra, Portugal continuará sujeito ao condicionalismo que os "assistentes financeiros", sejam eles quais forem, quiserem impor. Isto, pelo menos, enquanto em Portugal estiver no poder este governo de marionetas.
Se o país, ao fim de três anos de assistência financeira, sob o controlo da troika,  não só não consegue ver-se livre de uma qualquer forma de "protectorado", como está e vai estar, no fim do programa, mais pobre, mais endividado e com um número muito mais elevado de desempregados, então forçoso é concluir que os actuais governantes (Cavaco incluído) não se limitaram a "queimar"  12 ou 13 mil milhões de euros, para utilizar a expressão de Pedro Adão e Silva a que me refiro  aqui. Os incendiários são também responsáveis por, em pura perda, terem lançado à fogueira três anos das nossas vidas. No mínimo.
Não admira, por isso, que os incendiários se tenham vindo a esquivar, até agora, ao julgamento popular, mas o dia do julgamento da tragédia por que são responsáveis, há-de chegar. Queiram ou não queiram.

1 comentário:

Anónimo disse...

Viste as explicações do Moedas para justificar a intervenção do Pires de Lima?
este governo não consegue sequer coordenar-se internamente, como pode almejar a coordenar o futuro de um país?