O investimento que a empresa brasileira de aeronáutica Embraer vai fazer em Évora representa, sem dúvida, mais um êxito da diplomacia económica que o governo de José Sócrates vem desenvolvendo um pouco por todos os continentes e, designadamente, na América e em África, política que até os seus adversários políticos se vêem forçados a aplaudir, como é o caso dos antigos ministros dos negócios do PSD, Martins da Cruz e Deus Pinheiro que hoje se pronunciam sobre o assunto nas páginas do "Expresso".
É verdade que a Sócrates é também censurado o facto de nem sempre escolher os interlocutores mais recomendáveis em matéria de direitos humanos, citando-se, a propósito, os nomes de Muhamar Kadhafi, da Líbia, de Hugo Chávez, da Venezuela, e José Eduardo dos Santos, de Angola.
Não me parece, no entanto, que haja grande razão para tais críticas: à uma, porque é óbvio que os negócios se fazem onde há oportunidades para tal; em segundo lugar, porque a diplomacia portuguesa, para abrir as portas aos negócios que têm vindo a ser realizados por empresas portuguesas, não se tem prestado a dar caução a quaisquer regimes menos democráticos. Com uma ressalva que tem a ver com Angola. Ao elogiar repetidamente o Governo angolano, durante a sua recente deslocação a Angola, Sócrates cometeu um erro de palmatória e por duas razões: Em primeiro lugar, porque o Governo angolano não é objectivamente merecedor de tais encómios; em segundo lugar, porque, como sublinha Nicolau Santos, no "Expresso" de hoje, os elogios excessivos podem dar a impressão de fraqueza e de disponibilidade para aceitar quaisquer exigências da parte angolana.
2 comentários:
uau fianalmente alguem a dizer bem do governo socrates... Bem haja! parabens ao governo por mais uma boa noticia.
Diz o nosso iluminado primeiro ministro: "salto tecnológico pois só faziamos manutenção de aviões e agora vamos fabricá-los...."... o 1º min desconhece o que se faz em Portugal... para além disso está a valorizar demasiado o tipo de trabalho e o valor tecnológico do mesmo.... se fosse anunciado que iria ser desenvolvido um centro tecnológico para projecto de aeroestruturas com Eng portuguesa...então a conversa seria outra... mas infelizmente a visão do noso 1º é de curto prazo (infelizmente não tem sido único, sejam eles cor de rosa ou cor de laranja)e o que conta é o impacto de mais 500 postos de trabalho (isto para daqui a uns anos serem 500 a ficarem sem trabalho como tem acontecido amiudamnete nos últimos tempos) para cravar rebites.... até dá dó ver a incapacidade e mediocridade dos nosso politicos e decisores....
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