quinta-feira, 7 de julho de 2011

Boas perguntas

Folgo em verificar que no meio da indignação, um tanto tardia, vindo donde vem, contra as agências de rating, provocada pela decisão da Moody's em classificar a dívida portuguesa com "lixo", surge alguém, como Vítor Bento, com a serenidade suficiente para pôr água na fervura:
"Se se acha que as decisões das agências são inconvenientes e dificultam, desnecessária e desmesuradamente, os processos políticos (e financeiros) de ajustamento, porque é que as autoridades lhes dão a importância que dão e lhes permitem condicionar as suas próprias políticas. Mais concretamente, porque é que o BCE condiciona a sua política de financiamento à avaliação das agências de ‘rating', em vez de usar a sua própria avaliação e/ou a das demais autoridades de supervisão? Porque é que, para o BCE, o ‘rating' da dívida dos países membros do euro tem mais valor do que o juízo dos órgãos comunitários? Porque é que, para o Sistema Europeu de Bancos Centrais, o juízo das agências de ‘rating' é mais importante do que o dos supervisores financeiros, a maioria dos quais integra directamente aquele Sistema?"
Boas perguntas.
Aparentemente, o BCE, já está a actuar em conformidade, ao decidir "suspender a aplicação do requisito mínimo para crédito em relação a obrigações garantidas pelo governo português".


Valha-nos Zeus, que dos nossos "indignados" recentes, incluindo Cavaco, Passos, Portas, Miras Amarais e outros que tais, perante o seu desnorte, face ao "murro no estômago" (Passos dixit), pouco/nada há a esperar.

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