Folgo em verificar que no meio da indignação, um tanto tardia, vindo donde vem, contra as agências de rating, provocada pela decisão da Moody's em classificar a dívida portuguesa com "lixo", surge alguém, como Vítor Bento, com a serenidade suficiente para pôr água na fervura:
"Se se acha que as decisões das agências são inconvenientes e dificultam, desnecessária e desmesuradamente, os processos políticos (e financeiros) de ajustamento, porque é que as autoridades lhes dão a importância que dão e lhes permitem condicionar as suas próprias políticas. Mais concretamente, porque é que o BCE condiciona a sua política de financiamento à avaliação das agências de ‘rating', em vez de usar a sua própria avaliação e/ou a das demais autoridades de supervisão? Porque é que, para o BCE, o ‘rating' da dívida dos países membros do euro tem mais valor do que o juízo dos órgãos comunitários? Porque é que, para o Sistema Europeu de Bancos Centrais, o juízo das agências de ‘rating' é mais importante do que o dos supervisores financeiros, a maioria dos quais integra directamente aquele Sistema?"
Boas perguntas.
Aparentemente, o BCE, já está a actuar em conformidade, ao decidir "suspender a aplicação do requisito mínimo para crédito em relação a obrigações garantidas pelo governo português".
Valha-nos Zeus, que dos nossos "indignados" recentes, incluindo Cavaco, Passos, Portas, Miras Amarais e outros que tais, perante o seu desnorte, face ao "murro no estômago" (Passos dixit), pouco/nada há a esperar.
Valha-nos Zeus, que dos nossos "indignados" recentes, incluindo Cavaco, Passos, Portas, Miras Amarais e outros que tais, perante o seu desnorte, face ao "murro no estômago" (Passos dixit), pouco/nada há a esperar.
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