O anúncio do imposto extraordinário feito por Passos Coelho constitui uma resposta à letra e de sentido contrário relativamente aos avisos que Cavaco Silva tem vindo a fazer no sentido de que “há limites para os sacrifícios que se podem exigir ao comum dos cidadãos" e que os sacrifícios devem ser justamente repartidos.
De facto, o dito imposto é a negação mais cabal destes princípios, pois, por um lado, está à vista que, para o Governo, não há limites para os sacrifícios, uma vez que está por demonstrar a absoluta necessidade do "esbulho" e, por outro lado, é óbvio que a justiça na repartição não foi para aqui chamada, já que as vítimas do "saque" são fundamentalmente os trabalhadores e os pensionistas.
A oposição entre os avisos de Cavaco Silva e as medidas anunciadas por Passos Coelho é de tal modo evidente que chega a ser acintosa. Será que o acinte levou a que o caldo entre ambos se tivesse entornado?
Como não se ouviu de Cavaco uma palavra que fosse que beliscasse a decisão do Governo, tudo indica que que não e que estão em sintonia. Retenhamos, pois, a conclusão de que os avisos vindos de Belém, quando a direita governa, não passam de flores de retórica. Nihil novi.
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