"Eu até gostaria que o dólar se valorizasse um pouco mais em relação ao euro para que a nossa indústria e o nosso comércio fossem mais competitivos". É Cavaco Silva a falar como se acabasse de descobrir a pólvora e como se o desejo que ele exprime não fosse compartilhado por qualquer leigo que tenha umas vagas noções de economia.
Não está em causa o acerto que, neste caso, as suas palavras traduzem. O problema é que nem "os mercados" o ouvem, nem já ninguém o leva a sério. E, de facto, não há como: um homem que é tido por "pai do monstro"; que inaugurou a época do consumismo desenfreado e desregulado com "os mundos e fundos" postos à disposição pela CEE que não foram devidamente aproveitados para aumentar a competitividade da economia; e que, ainda por cima, tem no seu currículo fazer afirmações de sentido contrário, consoante as suas conveniências e simpatias políticas, não passa dum peso morto.Trata-se duma simples constatação. Por muito que a constatação lhe custe.
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