Sobre a dissonância entre o que diz o ministro de Estado e das Finanças, Vítor Gaspar, nº 2 do Governo e o e o que sai da boca do nº 1 (Passos Coelho) sobre a justificação para o surpreendente imposto extraordinário já disse aqui o que tinha a dizer.
Reparo agora, ao ler esta notícia, que Passos Coelho é tão lesto a criar novos impostos quão lento a cortar na despesa. Diz ele que as medidas de contenção serão anunciadas até ao final de Agosto.
Com franqueza, não se compreende como é que o homem que, aquando das negociações para a viabilização do Orçamento de Estado de 2011, já sabia onde é que havia que cortar na despesa para não haver aumento de impostos, agora, que é primeiro-ministro, não sabe ainda, a estas horas, por onde começar. No final de Agosto, saberá ?
Duvido e tenho todas as razões para duvidar. De facto, se a primeira medida que tomou foi precisamente a de criar um novo imposto, traduzindo-se a apregoada justiça na repartição dos sacrifícios em ir ao bolso dos mesmos contribuintes de sempre (os que vivem do fruto do seu trabalho) fica mais que legitimada a dúvida sobre a credibilidade a atribuir às palavras do primeiro-ministro. Isto, claro, para quem ainda lhe atribuía alguma.
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