sexta-feira, 15 de julho de 2011

Asneira sobre asneira

Já toda a gente percebeu que Passos Coelho fez, mais uma vez, prova da sua incontinência verbal ao falar de "desvio colossal" nas contas públicas. Só que desta vez a asneira atingiu tal gravidade que o ministro das Finanças, Vítor Gaspar sentiu-se na obrigação de vir dar a sua "interpretação pessoal" das palavras do primeiro-ministro para minimizar os efeitos da desastrosa declaração de Passos Coelho.
A intenção até podia ser boa. Teve, porém, o senão de se traduzir numa asneira ainda maior. De facto, se o Governo entendia, como parece ser o caso, que havia necessidade de alguma explicação, era ao primeiro-ministro que cabia apresentá-la. Ao consentir que fosse o ministro das Finanças a apresentar a "interpretação pessoal" das suas palavras, Passos Coelho aceitou, pelos vistos, de bom grado, passar de chefe do executivo a subordinado, a precisar de ser corrigido, ainda por cima. Se queria sair menorizado de todo este "affaire", Passos Coelho não podia ter escolhido melhor meio.
A "interpretação pessoal" do ministro Gaspar (ver vídeo no "post" anterior) tão risível ela é, também esteve longe de contribuir para melhorar a "coisa".
Enfim, é asneira sobre asneira.

1 comentário:

Silva disse...

De acordo!
Mas, ainda acresce que é absolutamente impróprio, do ponto de vista institucional e revela um muitíssimo discutível sentido de estado e uma forte tentação para uma inaceitável promiscuidade partido/estado, o facto de um ministro, durante uma conferência de imprensa oficial, comentar declarações produzidas em contexto partidário.

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