Não falta por aí quem se admire e simultaneamente se congratule com o facto de 45,6% dos portugueses considerarem o imposto extraordinário a sobretaxa extraordinária como uma "boa ideia", segundo uma sondagem da Aximage.
Não vejo razão para tanta admiração, sabendo-se que apenas vão ser afectados pela (extraordinária?) medida 35% por cento dos agregados familiares, ou seja, pouco mais de um terço, ficando de fora os restantes quase dois terços, de acordo com os dados constantes da apresentação feita pelo "se-nhor mi-nis-tro das Fi-nan-ças".
Para ser franco, perante estes dados, admira-me é que ainda haja tantos portugueses não pagantes solidários com os chamados "tansos fiscais", ou "burros de carga" que, já se sabe, são sempre os mesmos.
Não há, de qualquer modo, razão para tanto "entusiasmo". Esperem pela chegada efectiva do corte no subsídio de Natal e pelo reflexo do corte na facturação do comércio e dos serviços, designadamente, de restauração e afins, em boa medida na mãos de pequenos empresários que, não haja ilusões, na sua grande maioria não paga um "tusto" em sede de IRS, ou deixem chegar as alterações ao IVA, que toca a todos, que o caso depressa muda de figura.
Nessa altura, esperem pela pancada. Essa será uma boa altura para voltarmos a falar.
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