Para o ministro das Finanças, a criação do imposto extraordinário da sobretaxa extraordinária é uma medida "imprescindível para acelerar o esforço de consolidação orçamental e cumprir o objectivo decisivo de um défice orçamental de 5,9% para este ano. Traduz uma necessidade de prudência, dada a inexistência de margem de fracasso." (in Apresentação da sobretaxa extraordinária)
Tratar-se-ia, se bem entendo o ministro, duma medida preventiva para prevenir qualquer surpresa em matéria de execução orçamental.
Quem, pelos vistos, não está pelos ajustes é o primeiro-ministro que volta a falar no "desvio colossal", agora traduzido em números: "cerca de dois mil milhões de euros".
Perante esta divergência, é caso para perguntar: será que o número um do Governo (Passos Coelho) e o número dois (Vítor Gaspar) não se falam ? Ou será que a divergência resulta dum problema de linguagem, como me parece mais provável ?
De facto, tudo indica que os dois não usam a mesma linguagem e por isso não se entendem: o ministro de Estado e das Finanças ainda não aprendeu a linguagem da demagogia. Ao invés, Passos Coelho, atendendo às declarações que tem vindo a proferir, tornou-se, em pouco tempo, um especialista.
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