Ficámos a saber durante o debate na Assembleia da República, que o actual primeiro-ministro tem no seu arsenal vários tipos de desmentidos.
Temos, à cabeça, o "desmentido categórico" usado para negar as notícias sobre o pedido de informações dirigido aos serviços de informações sobre Bernardo Bairrão: "As notícias que circularam sobre o pedido de informações do Governo aos serviços de informações, simplesmente, não ocorreram. Já o desmenti categoricamente e não tenho por hábito desmentir categoricamente para ocultar a verdade".
Já no caso da recente nomeação da nova administração da Caixa Geral de Depósitos, Passos Coelho não usou do seu "desmentido categórico" para rejeitar as acusações de as nomeações terem obedecido a critérios partidários: "Não houve nenhum critério de partidarização. Todas as personalidades que foram nomeadas para a Caixa Geral de Depósitos têm um currículo que fala por si e o dr. Nuno Fernandes Thomaz, quer o dr. António Nogueira Leite, são duas pessoas que estão completamente identificadas quer pelo CDS, quer pelo PSD, não construíram nem a sua vida académica, nem o seu percurso profissional, à custa de favores, nem dos seus partidos nem de governos".
O desmentido, neste caso, deve ser do tipo "faz de conta", porque ninguém acredita no desmentido, a começar por gente insuspeita de simpatias para com a oposição como José Manuel Fernandes ou Pedro Santos Guerreiro.
Perante tanta versatilidade em matéria de desmentidos, não será mais apropriado falar em (des)mentidos?
1 comentário:
já é Sábado na Socratilândia?
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