Pelas contas deste senhor, o Estado perdeu em 60 minutos, 2,7 mil milhões de euros, ao prescindir dos direitos especiais inerentes às quinhentas acções (golden shares) que detinha na Portugal Telecom. Mas daí, diz o senhor Pedro Carvalho, subdirector do Diário Económico, "não vem grande mal ao mundo".
Pois não, acrescento eu. De facto, não há forma mais expedita para se transformar um Estado "gordo" em Estado "magro". Realmente, o que são os pouco mais de 2 milhões de euros poupados com a extinção dos governos civis, quando comparados com os 2,7 mil milhões dados de mão beijada aos accionistas da PT?
Com a direita no poder, o Estado português deixou num ápice de ser "gordo". Passou, sim, a ser um "mãos largas". Infelizmente, só para alguns (os grandes accionistas).
Por este caminho, não tarda que, depois de se irem os anéis (dados à borla) também se vão os dedos.
E vai daí, se calhar, talvez não. É que, até agora, pelo que se tem visto, a direita no poder tem podido contar com a boa vontade dos mesmos "tansos" de sempre, dispostos, agora mais que nunca (vá-se lá saber porquê*) a suportar o saque fiscal, quer pela via dos impostos, quer através do aumento brutal do preço dos transportes públicos.
(*Quem, seguramente, é capaz de explicar isto muito bem é Cavaco Silva. Não era ele que afirmava, antes da entrada em funções do actual Governo, que os sacrifícios não só tinham que ter limites como tinham que ser justamente repartidos? Agora, segundo as declarações que tem vindo a proferir, não só já não há limites, como a justiça na repartição dos sacrifícios pode, com o seu aplauso, ser mandada às malvas. Ainda não conheço a explicação, mas continuo à espera que Cavaco se explique. Com vossa licença e à cautela, vou esperar sentado.)
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