BOAS FESTAS
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
Futebol da 1ª Liga: Vitória de Setúbal 0 - 3 Sporting (Golos - Vídeos)
No mesmo campo onde há dias foi eliminado da Taça de Portugal, pelo Vitória de Setúbal, o Sporting venceu, hoje, o mesmo adversário por 0-3 em jogo do campeonato. Capaz do melhor (na Liga Europa) e do pior (no Campeonato e na Taça de Portugal) o Sporting, pelos vistos, gosta é de chuva. Para meter tanta água... E com que força ela caiu...
Os golos:
(Yannick) (Abel)
(Yannick)
Por falar em pobreza...
... e a propósito de exibicionismos, talvez não seja despropositado recordar ao "católico" Cavaco Silva a lição do Evangelho:
"Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita"(Mt. 6.3)
domingo, 19 de dezembro de 2010
Nihil novi sub sole ?
João César das Neves, em entrevista referenciada aqui, demonstra que não é bem assim. Ora vejam só estas novidades (sub sole):
(Já somos dois, embora por razões diferentes: ele não apoia "porque a assinatura dele [Cavaco] está numa enorme quantidade das piores leis contra a família da História de Portugal”. As minhas são conhecidas e não tenho espaço para estar aqui a desfiá-las)
- Para ele, José Sócrates é “um grande político” e “um táctico genial”. Já Pedro Passos Coelho, “não está a mostrar grande capacidade de inspirar o povo”.
(Coincidimos, uma vez mais)
- Sobre a crise: "Vamos ter de fazer aquilo que durante 15 anos não fizemos, porque isto não é culpa do Governo de Sócrates, nem do antecessor, nem do antecessor. É um problema de 15 anos! ”.
(Ou mais, digo eu, que estou quase a converter-me.)
sábado, 18 de dezembro de 2010
"Está quieta, ó Rita !"*
O líder parlamentar do PSD, Miguel Macedo, segundo a 1ª página do Expresso, terá afirmado que a governação é muito exigente e o PSD tem de se preparar melhor e, sintomaticamente, considera que "É um erro o PSD querer chegar já ao poder".
Que o PSD era um partido com gente muito "corajosa" já se sabia, depois das declarações de Passos Coelho a garantir que só aceitará governar encostado a Paulo Portas e de preferência, digo eu, com o apoio do FMI, disposto que está a recebê-lo de braços abertos, ou de mãos postas, o que vem a dar no mesmo.
Se não lhes louvo a coragem, sou obrigado a gabar-lhes a sinceridade. Valha-nos isso.
(*Entre aspas, porque a expressão é usada popularmente para caracterizar pessoas sem coragem para meter mãos à obra)
sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
Ó Lomba, chega ou queres mais?
O Lomba tem aqui, no jornal onde exprime as suas desconfianças, uma resenha dos procedimentos seguidos na escolha dos alunos que participaram na realização dos testes que deram origem ao Relatório PISA 2009:
"Numa primeira fase, Portugal [tal como os demais países considerados] envia à OCDE a listas de todas as escolas. Com indicação da sua localização, tipologia e natureza institucional. Envia também o número total de alunos e o número de estudantes com 15 anos, por ano de escolaridade. “Com base nesta lista oficial, enviada pelo ME, a OCDE selecciona aleatoriamente as escolas que participarão no estudo”, acrescenta-se. Em 2009 foram seleccionadas 212 escolas portuguesas, das quais 28 do ensino particular.
"Depois de concluída esta etapa, as escolas seleccionadas são convidadas a participar. Quando aceitam têm de enviar uma lista de todos os alunos entre os 15 e os 16 anos, que frequentam o 7º ano ou mais: “Estas listas são inseridas num programa informático fornecido pela OCDE, através do qual é feita a selecção dos alunos”. Esta amostra, bem como a das escolas, deve replicar as características dos universos representados."
"O número máximo de alunos por escola é 40. Mas entre as escolas seleccionadas nem todas chegam a este limiar. Uma das normas da OCDE para a realização do PISA é a de que os alunos que são seleccionados não podem ser substituídos. Como alguns faltam ou não apresentam autorização dos pais para realizar o teste (é obrigatória), os números de participantes pode ficar mais reduzido. O mesmo acontece para estabelecimentos que tenham menos de 40 alunos com 15 anos."
Acrescente-se que segundo nota do Ministério da Educação " da lista de estudantes inicialmente seleccionados foram excluídos 111 a pedido da escolas: dois devido a “deficiência motora”, 100 por “deficiência intelectual” e 13 devido ao “domínio limitado da língua portuguesa”. A taxa de exclusão foi, assim, de 1,57 por cento, inferior aos 3,2 por cento que é a média dos países da OCDE neste item."
Suspeito que para o desconfiado Lomba, estes esclarecimentos ainda não serão suficientes, porque o mal dele não é só ser desconfiado. É estar de má fé. Não é o único, infelizmente.
Máquina de encher chouriços
Já vi por aí expressa a ideia de que o material divulgado pela Wikileaks prova a excelência da diplomacia dos Estados Unidos, quer na recolha, quer no tratamento da informação. Até admito que tal possa ser verdade, mas não é essa a ideia com que se fica a partir do material entretanto publicado com origem na Embaixada em Lisboa. Os memorandos enviados a partir daqui, para além de conterem opiniões pessoais, porventura mal transcritas, sobre personalidades politicamente irrelevantes, estão repletos de informação anódina que vai transitando de memorando para memorando, procedimento que não difere da forma de fazer enchidos. Pela documentação publicada, até se poderia dizer que a Embaixada dos Estados Unidos se transformou numa grande máquina de fazer chouriços.
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
Corte-se a "mesada"
Se, como parece, apesar do veto do representante da República, que lhe proporcionou a oportunidade de desfazer a embrulhada, o PS Açores vier a confirmar o diploma que atribui remunerações compensatórias para os funcionários da administração pública regional, compensação que as autarquias da região dos Açores querem ver alargada aos seus funcionários, tal significa que a solidariedade nacional é de sentido único e que, pelos vistos, os Açores nadam em dinheiro.
Se assim é, acho que o Governo da República só tem que tomar uma medida: cortar-lhes na "mesada", pois já é tempo de pôr o "reizinho*" dos Açores na ordem.
(* Título que, até agora, só dispensava ao Alberto João, mas o Carlos César também já ganhou amplamente o direito a usá-lo)
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
Mais uma vez, às turras com a Constituição
Se a Constituição determina que "O mandato dos Juízes do Tribunal Constitucional tem a duração de nove anos e não é renovável" (art. 222º, nº 3) não dá para compreender que o PSD tenha proposto a candidatura da juíza Maria dos Prazeres Beleza ao cargo de juíza conselheira do Tribunal Constitucional, cargo que ela já tinha desempenhado durante um mandato, entre 1998 e 2007. E já agora, também não se compreende lá muito bem que a própria tenha aceite a apresentação da candidatura, de que, num momento de bom senso, acabou por desistir.
É verdade que o PSD já nos habituou, às interpretações mais esdrúxulas em matéria de direito e, nomeadamente, no âmbito do direito constitucional. Para não ir muito longe, veja-se a originalíssima criação do conceito de "pré-crime" do deputado Fernando Negrão, ou a defesa da dupla revisão constitucional realizada dum só jacto, proposta, se não estou em erro, pelo "constitucionalista" Bacelar Gouveia.
Neste caso, porém, nem são precisas grandes indagações ou divagações para concluir que a candidatura da juíza Maria dos Prazeres não era viável face ao dispositivo constitucional que é claro como água. Para o PSD, "não renovável" quererá dizer o quê?
Já se sabia, pela proposta de revisão constitucional apresentada pelo PSD, que o partido e os seus dirigentes convivem mal com o texto actual da Constituição, mas enquanto não for revista (se o for - o que não é certo e, a meu ver, nem desejável) não adianta andar às turras. Contra ela.
Já se sabia, pela proposta de revisão constitucional apresentada pelo PSD, que o partido e os seus dirigentes convivem mal com o texto actual da Constituição, mas enquanto não for revista (se o for - o que não é certo e, a meu ver, nem desejável) não adianta andar às turras. Contra ela.
domingo, 12 de dezembro de 2010
O homem capaz de todos os milagres
Ausentes do país, como se sabe, desde os tempos de Cavaco primeiro-ministro, a fome e a pobreza acabam de regressar. Autor da descoberta: o recandidato à Presidência da República, Cavaco Silva, homem de fraca memória, mas capaz de todos os milagres, incluindo o de acabar com a miséria e a fome, com as sobras da AHRESP.
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
Um sonso
Pelos vistos, ainda há quem se surpreenda com o facto de não se ouvir a Cavaco Silva uma palavra sobre os resultados do PISA. Não há, no entanto, nesse comportamento, nada de surpreendente. De facto, o homem que alega estar farto de fazer "avisos" sempre se portou como um sonso: nunca abriu a boca quando o assunto lhe não agrada, ou, quando muito, abre-a para dizer que o assunto não é com ele. Onde, pois, a novidade ?
Quem ainda não percebeu isto, que o "compre".
Estado de negação
O estado de negação provocado nalgumas almas pelos "impressionantes" resultados obtidos pelos alunos portugueses no PISA 2009, pode muito bem ser ilustrado pela afirmação (que encontrei algures num comentário à notícia) de que os progressos verificados se devem à chegada dos emigrantes de leste (ucranianos, moldavos e outros).
Dir-se-á que tal opinião só pode levada à conta de uma anedota nascida na cabeça dalgum maluco. É evidente que sim, até porque se sabe que a população escolar com origem em emigrantes de leste não aumentou durante o período que medeia entre a realização do teste anterior (2006) e o de 2009).
O interessante, no entanto, é constatar que tal opinião é menos ridícula do que a apresentada pela Fenprof para quem as melhorias verificadas são apenas "mérito de professores e alunos" nada tendo a ver com "as políticas educativas".
De facto, a opinião do "maluco" é menos anedótica do que a da Fenprof, porque aquele ainda procura uma explicação, a Fenprof, que sabe que os professores e os alunos são os mesmos, nem isso.
Não são favas contadas
De acordo com esta sondagem, o PSD mantém a preferência dos eleitores (36,2% das intenções de voto, contra 30,3 % a favor do PS. Regista, no entanto, uma quebra de sete décimas em relação à anterior sondagem realizada em Novembro, enquanto o PS sobe três décimas.
Se considerarmos, por um lado, que estas sondagens coincidem com um período em que, por força das circunstâncias, o Governo teve que tomar medidas que afectam a generalidade dos portugueses e, por outro, que a direita (PSD e CDS, juntos na prometida nova AD) continua a recolher menos intenções de voto que a esquerda no seu conjunto, parece não haver razão para grandes euforias lá para os lados da São Caetano e do Caldas: as futuras eleições legislativas (próximas ou longínquas, ainda estamos para ver) não são favas contadas. Longe disso.
Por sua vez, a esquerda do protesto - BE (9,3%) e CDU (8,4%) - nem com greves gerais lá vai. Sábio povo ?
Por sua vez, a esquerda do protesto - BE (9,3%) e CDU (8,4%) - nem com greves gerais lá vai. Sábio povo ?
Na direcção certa
Apesar da obstrução levada a cabo pelo seu partido, de par com os demais partidos da oposição com representação parlamentar e de mão dada com o especialista em "declarações de guerra", Mário Nogueira. Acrescento eu.
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
Engolir em seco
Tanto quanto me apercebi ainda se não ouviu dos partidos da oposição uma palavra sobre os "impressionantes" resultados dos alunos portugueses nos testes do PISA.
Será que ainda não deram conta; será má consciência, ou será que estão ainda a engolir em seco?
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
Quem tem medo compra um cão...
Passos Coelho: "Um futuro Governo de mudança precisa de mais do que um partido"
Já se sabia de que fibra o homem é feito, ao mostrar-se disposto a acolher, de mãos postas, o FMI. Ao declarar agora que mesmo que o PSD venha eventualmente a obter, em futuras eleições, a maioria absoluta, não prescinde do apoio de Paulo Portas (sabendo, inclusive, que tal declaração lhe faz perder o efeito do voto útil) confirma que quão fraca é a fibra.
Ó homem, se tem medo e precisa de encosto, compre um cão ou então leve este (aqui em baixo) que éfixo fixe!
Já se sabia de que fibra o homem é feito, ao mostrar-se disposto a acolher, de mãos postas, o FMI. Ao declarar agora que mesmo que o PSD venha eventualmente a obter, em futuras eleições, a maioria absoluta, não prescinde do apoio de Paulo Portas (sabendo, inclusive, que tal declaração lhe faz perder o efeito do voto útil) confirma que quão fraca é a fibra.
Ó homem, se tem medo e precisa de encosto, compre um cão ou então leve este (aqui em baixo) que é
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
Concurso de Natal 2010 - Ovelhas de Presépio
Se ainda não sabe, fica a saber que até ao dia 15 do corrente está aberto n' A Barbearia do senhor Luis o já tradicional concurso de Natal que este ano tem por tema "As Ovelhas do Presépio" e cujo regulamento pode consultar aqui.
O "Terra dos Espantos" já concorreu, mas por ora, mantém sob reserva a ovelha apresentada a concurso que, por sinal, é um carneiro. E que carneiro ! Um espanto, como não podia deixar de ser.
Há formigas a quem até uma simples palha atrapalha
"Pura e simplesmente não houve voo nenhum" (Luís Amado, ministro dos Negócios Estrangeiros na comissão parlamentar dos Negócios Estrangeiros, prestando esclarecimentos sobre matéria divulgada pelo Wikileaks àcerca do alegado repatriamento de detidos de Guantanamo sobre território português)
À atenção da eurodeputada Ana Gomes et al.
Impressionante...
... é como um responsável da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) classifica a evolução verificada em Portugal nos resultados da avaliação de alunos.
"Portugal ocupava o fundo da tabela nos relatórios anteriores e desta vez [relatório referente a 2009] aproximou-se da média dos países da OCDE, ultrapassando por exemplo a Espanha", acrescenta o mesmo responsável que adianta ainda que a melhoria de resultados "pode ser explicada em primeiro lugar pelas políticas seguidas nos últimos anos e por uma conjugação de factores como a avaliação de professores e um controlo sério da qualidade do ensino".
Isto, graças à política seguida pela ex-ministra Maria de Lurdes Rodrigues, e apesar das "guerras" do senhor Mário Nogueira. Quem é que afinal, defendia e defende a escola pública?
A resposta está dada.
Good news, bad news...
Boas notícias, sem dúvida. Más notícias, porém, para quem aposta no quanto pior, melhor.
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
Inaceitável ? Uma ova...
A Fenprof, apesar de reconhecer que a correcção de provas de exame no secundário faz parte do conteúdo funcional da profissão docente, considera inaceitável que o Ministério da Educação deixe de pagar a correcção das provas de exame do ensino secundário (à razão de 5 euros por cada prova), sabendo-se agora ( mas a Fenprof tinha e tem a obrigação de o saber) que diploma que previa aquele pagamento, apenas era válido para o ano lectivo de 2009/2010 e que a “a classificação de provas passará [nos termos do novo despacho] a ser enquadrada na componente não lectiva, deixando de ser passível de remuneração extraordinária”.
Ora, sendo assim, não só não é inaceitável, como é inteiramente justo.
E digo mais: será que os "letrados" da Fenprof não sabem ler ?
domingo, 5 de dezembro de 2010
Futebol: Portimonense 1 - 3 Sporting (Golos - Vídeos)
Com a vitória por 1-3, hoje, frente ao Portimonense (tudo golos obtidos na 1ª parte) o Sporting alcançou o 3º lugar na Liga portuguesa de futebol, igualando O Vitória de Guimarães. Nada mau para uma equipa que tão mal começou o campeonato. Veremos se é para continuar. Sportinguista escaldado...
Vídeos:
Golo de Postiga (Sporting)
Golo de Pires (Portimonense)
Golo de Maniche (Sporting)
Golo de André Santos (Sporting)
Um Nobel da Economia, já !*
Que um economista da envergadura de Cavaco Silva, autor de textos tão elucidativos como estes (‘Dores de cabeça’ e ‘A ideia base’) e capaz de prever, com tanta antecedência "aquilo que está a acontecer hoje em Portugal", não tenha sido ainda laureado com o prémio Nobel da Economia, eis o que não pode deixar de ser levado à conta de uma grave injustiça.
É verdade que Cavaco, enquanto primeiro-ministro, ficou mais conhecido como "pai do monstro" e como responsável pela invasão do betão e pela construção do Centro Cultural de Belém (que detém ainda, suponho, o recorde em matéria de derrapagens financeiras) e não consta que tenha ficado célebre pela aposta "no aumento da competitividade [e] no aumento da produção de bens que concorrem com a produção estrangeira" que agora diz ter defendido, como se tal fosse algo que não estivesse ao alcance de qualquer economista da treta. Difícil é (e continua a ser) encontrar o caminho para alcançar tais desideratos, caminho que o "eminente" economista, que Cavaco é, não parece ter descoberto, enquanto deteve o poder executivo.
Mesmo assim, acho que só por títulos tão sugestivos, como os acima citados, merecia o Nobel da Economia. De facto, pela presunção, faz-me lembrar o outro que, há tempos, garantia que ainda vai ganhar o Nobel da Literatura. "Quando as galinhas tiverem dentes".
*Em alternativa: Presunção e água benta ...
*Em alternativa: Presunção e água benta ...
sábado, 4 de dezembro de 2010
"Portugal, apesar de tudo, não é o Burundi"
Quando um Henrique Raposo, na sua coluna no "Expresso", chega à conclusão de que "Portugal, apesar de tudo, não é o Burundi", porque entretanto "descobriu", embora tarde e a más horas, que há em Portugal "cientistas geniais e empresários supersónicos" é caso para ter esperança que os Henriques Raposos que por aí pululam acabem também por "descobrir" que se tal aconteceu se deve, em grande medida, ao facto de ter havido e haver um Governo (de José Sócrates) que apostou, como nenhum outro, na educação e na ciência, nas novas tecnologias e nas energias renováveis.
Haja, pois, esperança.
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
Frei Bento Domingues
Se há prémios bem atribuídos, este é um deles. Frei Bento Domingues, cujas crónicas dominicais, no "Público", leio regularmente e pessoa que conheço desde os meus tempos de universidade (já lá vão muitos anos) é, além do mais, um verdadeiro humanista e um pensador e teólogo, a todos os títulos, notável.
Parabéns à Ordem dos Advogados !
Ave Caesar !
Custa a crer, porque a decisão é absolutamente insensata, qualquer que seja a perspectiva, salvo a pessoal do senhor Carlos César, mas parece que é mesmo verdade: o governo regional dos Açores aprovou, dia 1 de Novembro, uma remuneração compensatória que cobrirá "integralmente a perda de vencimento dos funcionários públicos" que têm um rendimento mensal entre 1500 e 2000 euros.
Mesmo sendo César, o presidente do Governo Regional dos Açores ainda não é Imperator, nem está dispensado de ter bom senso.
Ou será que já chegámos à Madeira ?
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
Liga Europa - Rapid Viena 1 - 3 FCPorto (Video)
Mesmo a jogar em condições pouco favoráveis (a nevar) e a que não está habituado, o FCPorto foi ao campo do adversário derrotar o Rapid Viena por 1-3 (golos de Falcao). Para uma equipa todo o terreno e em grande forma, o resultado dificlmente poderia ser outro que não uma vitória, dada a diferença de classe entre as duas equipas. Tudo bem, salvo a lesão de Beto, ainda antes do início do jogo. Parabéns aos azuis. E força para continuar.
"O Jumento"
"O Jumento" acha que está na hora de ir andar por aí e vai fechar a loja.
Despacho: Lamente-se e envie-se um abraço de amizade ao dito cujo.
Futebol - Liga Europa: Sporting 1 - 0 Lille (Vídeo)
O Sporting confirmou, em casa, no jogo com o Lille, que há dois Sporting, nesta época, sendo que o melhor é, de longe, o que compete na Liga Europa: na fase de grupos conta com quatro vitórias nos cinco jogos já disputados. A vitória poderia ter sido mais expressiva se não estivesse tão afinada a pontaria à trave (onde os jogadores do Sporting acertaram duas vezes, a primeira no seguimento de um cabeceamento de Anderson Polga - que acabaria aos 27 minutos por marcar o único golo da partida - e a última já ao cair do pano na sequência da marcação de um livre por Vukcevic) O importante, no entanto, é que o Sporting (que com este resultado alcançou a 100ª vitória em provas europeias) já está apurado para os 16 avos- de-final. Olé!
terça-feira, 30 de novembro de 2010
A Ana Rita Faria estará boa da cabeça ?
Escreve ela no "Público" on line: "os juros das Obrigações do Tesouro (OT) portuguesas a dez anos bateram hoje um novo máximo – 7,393 por cento – por volta das 17 horas, que é apenas superado pelo recorde atingido no dia 11 deste mês, onde as OT chegaram a bater os 7,5 por cento".
Novo máximo ? O recorde será o quê ?
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
Liga Espanhola - Barcelona - Real Madrid: 5-0 (Golos - vídeo)
Há dias em que não se pode sair à rua. Mourinho, Ronaldo e Cª que o digam.
Os golos (Xavi; Pedro; Villa; Villa; Jeffren):
Um "guloso" esperto
Retomando o tema do "post" anterior, temos de convir que o deus de Alberto João é um "unhas" e que uns modestos "cinquenta milhões" são suficientes para satisfazer o líder madeirense quando a benesse "cai do céu". O mesmo, porém, já não acontece em relação ao "maná" da República que, por mais abundante que seja, nunca lhe satisfaz a gula.
Ainda recentemente tivemos mais uma oportunidade para o comprovar quando os deputados do PSD eleitos pelo círculo da Madeira, uns paus-mandados de Alberto João, votaram contra o Orçamento de Estado, porque o Orçamento, na perspectiva do mandante, vai contra os "interesses" da Madeira, pressupondo, naturalmente, que estes se sobrepõem ao interesse geral do país.
Diria mais tarde o Prof. Marcelo, na sua homilia dominical, partindo desta constatação, que a decisão de Alberto João foi errada e que com ela não fez justiça à sua "inteligência". Note-se que Marcelo não estava a ser irónico, o que nos faz suspeitar da sua própria argúcia, pois se mostrou incapaz de distinguir entre inteligência e esperteza, como no caso se imporia. É que, se são legítimas as dúvidas sobre a "inteligência" de Alberto João, a sua esperteza não sofre constestação. Na verdade, fazendo-se passar e comportando-se, na sua actuação política, como um inimputável, de tudo lança mão para atingir os seus fins: diz as maiores barbaridades como o ar mais sério deste mundo e não recua perante os insultos quando tal lhe convém e contra quem lhe oferece alguma resistência, ainda que o destinatário se chame senhor Silva. E sempre com total impunidade, como a inimputável convém.
domingo, 28 de novembro de 2010
A mão de Deus ?
"Vejo nisto a mão de Deus. Os socialistas roubaram-nos na Zona Franca e Deus repôs parte daquilo que eles nos roubaram” (afirmação atribuída a Alberto João Jardim, presidente do Governo da Madeira, a propósito do facto de uma sociedade de apostadores madeirenses ter ganho mais de 50 milhões de euros em prémios do Euromilhões.
Confesso que estive a um passo de ilustrar a afirmação de A.J.Jardim, indo à busca na net da figura dum bácoro. Não cheguei, porém, a concretizar a intenção. Felizmente, digo eu, pois estaria a cometer uma injustiça: um bácoro teria sido incapaz de proferir a dupla bacorada, e não teria a mesma falta de memória.
A tirada fica bem melhor ilustrada com a imagem do autor, que vê "a mão de Deus" em cinquenta milhões, mas que se esqueceu depressa da "mão" que lhe entregou mil milhões.
(Reeditado, incluindo o título)
(Reeditado, incluindo o título)
sábado, 27 de novembro de 2010
Futebol: Sporting - FC Porto: 1 - 1 (Golos - Vídeo)
O empate foi um resultado curto para o Sporting que foi a melhor equipa em campo, sobretudo no primeiro tempo.O FC Porto que era favorito não o demonstrou em toda a primeira parte, tendo apenas dado um ar da sua graça, já na segunda metade e mesmo assim sem se superiorizar ao Sporting. No entanto, a melhoria no segundo tempo valeu-lhe um golo, o empate e a invencibilidade no campeonato. Com este resultado, o Sporting confirmou o adeus ao campeonato e o Porto caminha a passos largos para o título. Valha-nos que o Sporting mostrou que, pelo menos, de vez em quando é capaz de se bater com os melhores.
Fraca consolação, mas enfim...
Os golos:
Valdés (Sporting);
Falcao (Porto)
Marinho Pinto
Por boas razões, segundo uns, por más, no entender de outros, certo é que o Bastonário da Ordem dos Advogados, António Marinho Pinto foi reeleito para o cargo, por números expressivos: 9532 votos num universo de 20.521 votantes, contra os 5991 atribuídos a Fernando Fragoso Marques e os 3666 de Luís Filipe Carvalho.
Quaisquer que tenham sido as razões que estiveram na base da escolha (os seus colegas de profissão é que sabem) um dado é certo: a Marinho Pinto, um homem frontal, não falta coragem para denunciar injustiças e a Justiça, nos dias que correm, bem precisa de gente como ele.
Graças a Zeus...
... já temos quem, de mãos postas, rogue ao FMI que faça o favor de entrar para tomar conta da "loja".
Ele, de acordo com a entrevista dada ao "Expresso", dispõe-se a fazer de mestre de cerimónias. A entrevistadora (Clara Ferreira Alves) fará de acólita ?
(Imagem roubada à edição de hoje do "Expresso")
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
Louçã ou Jerónimo ?
"Bloco de Esquerda, PCP e Verdes consideraram que os trabalhadores chumbaram na greve geral o Orçamento de Estado, que foi hoje aprovado no Parlamento."
Com este método, Louçã ou Jerónimo, um deles, não tarda a ser arvorado em primeiro-ministro. Não sei é como é que vai ser resolvida a questão entre eles, o que me preocupa grandemente, pois a questão não é de pequena monta.
Com este método, Louçã ou Jerónimo, um deles, não tarda a ser arvorado em primeiro-ministro. Não sei é como é que vai ser resolvida a questão entre eles, o que me preocupa grandemente, pois a questão não é de pequena monta.
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Um retrato
Retrato de Cavaco Silva, pelo traço de José Miguel Júdice, com o qual, mais ponto, menos ponto, concordo.
Só não percebo é a razão por que Júdice faz parte da Comissão de Honra do recandidato à Presidência da República. A bota não bate com a perdigota. Ou bate ?
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
Liga dos Campeões: Hapoel Tel Aviv 3-0 Benfica (golos - vídeo)
O Benfica já conheceu melhores dias. Perder com o Hapoel Tel Aviv por 3-0, em jogo para a Liga dos Campeões, não estava, de certo, nas previsões. Mas aconteceu e, pese embora o facto de o Benfica ter mais posse de bola, o resultado é justo. Ter o domínio do jogo e não marcar, não dá para ganhar. É preciso marcar golos e foi isso que o Hapoel fez, perante uma defesa que foi uma passadeira. Para cúmulo da desgraça, o Benfica disse adeus à Champions League
Os golos:
Os golos:
Para arrefecer os ânimos...
... em dia de greve geral, com mais de três milhões de grevistas, nas palavras de Carvalho da Silva (CGTP) e de João Proença (UGT) (números em que de todo não acredito) aqui vai esta notícia:
O plano de austeridade a quatro anos apresentado pelo Governo irlandês prevê poupanças de 15 mil milhões de euros: dez mil milhões através da redução dos custos, e cinco mil milhões via aumento das receitas. Medidas pelo lado da despesa: redução do salário mínimo em um euro por hora; o corte de 24.750 postos de trabalho na função pública; um corte de 2,8 mil milhões de euros, equivalente a um quinto do total, na área social. Pelo lado da receita: subida do IVA, faseada, que será de 22 por cento em 2013 e de 24 por cento em 2014; um novo imposto sobre a propriedade; mudanças nos impostos sobre o rendimento para permitir um encaixe adicional de 1,9 mil milhões de euros .
Como o "grande êxito" de Carvalho da Silva e João Proença podem ter dado mais um contributo, para idêntico cenário, faço votos para que um e outro durmam bem.
Pensamento do dia
Quem consome o que não produz e gasta o que não tem, mais tarde ou mais cedo, pode contar com os cobradores à porta e com os credores agarrados à canelas.
Por mais que estrebuche !
Por mais que estrebuche !
[Tal como a Fernando de Bulhões (S.to António de Lisboa/Pádua) deu-me para pregar aos peixes ! ]
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
O impensável acontece...
O impensável acontece quando um Presidente da República, ainda que nas vestes de candidato à reeleição, se permite, com afirmações deste teor, alimentar a desconfiança dos credores internacionais, numa altura em que existem dificuldades no financiamento externo.
Portugal não precisa de inimigos quando na cadeira presidencial se senta um "amigo" destes. E quer ele ser reeleito? Com o meu voto, nunca, jamais, em tempo algum !
Quem precisa duma greve geral ?
A CGTP e a UGT prometem-nos para depois de amanhã uma greve geral. Será que é disto que o país precisa ?
Estaria disposto a responder afirmativamente, se a greve geral tivesse o condão de chamar a atenção para as dificuldades que o país atravessa derivadas da crise financeira internacional, mas também dos desequilíbrios da nossa economia (nas contas públicas, mas sobretudo nas trocas com o exterior) desequilíbrios que os financiadores externos parece não estarem dispostos a financiar indefinidamente, como o demonstra a sucessiva subida das taxas de juro.
Mas não, o objectivo é protestar contra as medidas restritivas que o Orçamento para 2011 traz no bojo. Cabe por isso perguntar se, perante as dificuldades que a economia portuguesa enfrenta no que respeita ao financiamento externo, existe alternativa ?
Eu penso que não, mas, se calhar, os promotores e organizadores da greve geral julgam que esta vai comover os credores internacionais.
Se assim pensam, são tolos. "Ce sont fous, ces romains", como diria o Astérix. Ou seria o Obélix ?
Sacrificando aos "mercados"
Depois da Grécia, chegou a vez de a Irlanda ser oferecida na ara dos "deuses" do "mercado".
Será que o "sacrifício" da Irlanda vai ser suficiente para "apaziguar" os "deuses"?
Sim, segundo a opinião do ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schaeuble.
Que Zeus o ouça e que os "profetas da desgraça" não forcem muito a corda !
sábado, 20 de novembro de 2010
Paz sim, hipocrisia não !
Aproveitando a oportunidade oferecida pela realização da Cimeira da NATO, decorreu hoje em Lisboa uma manifestação de protesto contra aquela Organização, sob o lema "Paz sim, NATO não", que terá reunido entre oito mil manifestantes, segundo esta contagem e trinta mil segundo os promotores.
Não se contesta, como é óbvio, a legitimidade da manifestação, nem se põe em dúvida o mérito de iniciativas que tenham como objectivo a promoção da paz, nem a genuinidade da motivação de alguns manifestantes.
Tendo, porém, em conta, segundo aquela notícia, que "apesar do motivo ser a NATO, o que se ouve de quem veio para o centro de Lisboa são protestos contra o governo, a crise, o desemprego" e que a maioria dos manifestantes era constituída por militantes do PCP, "vindos de várias cidades do país", embora não se questione a legitimidade, fica a dúvida sobre a real motivação da maioria.
Dúvida que se alimenta de uma dupla constatação: por um lado, verifica-se que as intervenções da NATO, após os tempos da "guerra fria", ou têm revestido um carácter humanitário (como na Bósnia e no Kosovo) ou têm sido levadas a cabo em defesa da liberdade de navegação marítima (nas costas do Índico, ao largo da Somália), ou ao abrigo da autorização do Conselho de Segurança das Nações Unidas (no Afeganistão); por outro, manda a verdade que se diga que o PCP nunca protestou contra invasão da Hungria pelas forças soviéticas em 1956, nem contra o esmagamento da "Primavera de Praga" pelas tropas do Pacto de Varsóvia, em 1968, nem contra a invasão e subsequente ocupação do Afeganistão, em 1979, pela União Soviética.
Fracas são, pois, as credenciais da maioria dos manifestantes como defensores da PAZ e, sendo assim, a manifestação por parte da mesma maioria só pode ser encarada como mais um exercício de hipocrisia.
Mais uma ajuda aos "mercados"
Para Passos Coelho, a dívida pública e o défice são muito superiores aos “números fictícios” do Governo. Segundo ele, o défice é de 9,5% e a dívida pública anda pelos 112%.
De que cartola é que Passos tirou estes números não sabemos, nem isso interessa aos "mercados" que, no entanto, agradecem, por certo, esta prenda do "generoso" Coelho. O diabo é que seremos nós a pagar a factura.
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
De janeiro a janeiro ?
"De janeiro a janeiro" diz a cantiga da publicidade do "Pingo Doce", mas no que respeita à distribuição de dividendos a música é muito outra: ao que se anuncia, a Jerónimo Martins, seguindo o exemplo da PT e da Portucel (e outros provavelmente, que a procissão ainda vai no adro) prepara-se para distribuir antecipadamente 50 por cento dos lucros do exercício em curso.
É verdade que a legislação comercial portuguesa permite a distribuição antecipada de dividendos, mas a norma não foi, com toda certeza, concebida como expediente para subtrair dividendos ao pagamento de impostos. Assim sendo, ainda que a antecipação do pagamento de dividendos possa ser considerada como legalmente admissível, nem por isso deixa de ser eticamente censurável, nestes casos. O uso, por parte das empresas, de um expediente legal que configura, objectivamente, uma fuga ao fisco, num momento de crise, em que são exigidos sacrifícios generalizados, mostra o quão graves são a falta de civismo e a insensibilidade social dos nossos empresários.
Chocante é o que é.
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
Portugal - Espanha: 5-0 ...
... contando com este golo de Cristiano Ronaldo - uma obra de arte, inutilizada pelo árbitro (Anthony Gautier) ao anulá-lo.
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
Futebol: Portugal - Espanha 4 - 0 (Golos - vídeos)
Foi um jogo amigável, é certo, mas vencer os campeões mundiais por 4 golos sem resposta, não é para qualquer um. Para dizer a verdade, nem sei que diga, tal é a façanha.
Vamos aos golos:
(Carlos Martins)
(Helder Postiga)
(Hugo Almeida)
Vamos aos golos:
(Carlos Martins)
(Helder Postiga)
(Hugo Almeida)
terça-feira, 16 de novembro de 2010
Com o título me enganas...
A realidade é esta: no final de Outubro, encontravam-se inscritos nos Centros de Emprego do Continente e das Regiões Autónomas menos 4.974 pessoas do que no mês anterior.
Porém, ao ver o anúncio da notícia no "Público" on line, "Outubro com mais 33.320 desempregados" confirmado pelo título da notícia, "Centros de emprego registam mais 33.320 desempregados em Outubro" confesso que não me livrei dum susto.
Jornalismo de referência, dizem. Para aldrabões, talvez, acrescento eu.
domingo, 14 de novembro de 2010
Poupem as meninges !
Esfalfam-se os políticos, politólogos e demais comentadores a construir cenários sobre o governo e o futuro do país. Trata-se, a meu ver, de um exercício inútil que não traz qualquer vantagem. É que, nesta altura, assegurada que está a aprovação do Orçamento, o actual Governo tem condições para governar e, para além disso, não há neste momento, nem haverá, num futuro próximo,com a actual composição parlamentar, outra alternativa: nem o PSD aceita responsabilidades governativas, sem novas eleições, nem o PS pode aceitar as exigências de Paulo Portas e de mais uns quantos do PSD quanto ao afastamento de José Sócrates da chefia do Governo.
Sobra que a especulação sobre tais cenários se revela prejudicial ao país, pois alimenta os receios de uma instabilidade governativa que está longe de ser real, pois nem sequer é seguro que haja, a curto ou médio prazo, novas eleições, e os receios não favorecem, de certeza, a imagem do país perante os credores internacionais, nem ajudam à descida das taxas de juro.
Recomenda-se, por isso, em particular, aos políticos que poupem as meninges e se concentrem em encontrar soluções para os problemas que o país enfrenta. Como estes são reais e não são de fácil resolução terão aqui matéria mais que suficiente para se entreter.
(Imagem daqui)
(Imagem daqui)
sábado, 13 de novembro de 2010
Gente "corajosa" !
Diz o "Público" on line que a Esquerda do PS e figuras do soarismo procuram alternativa a Sócrates para "Governo patriótico". Em surdina, por enquanto, adianta o jornal. Ora, eu, que não tenho o ouvido tão apurado quanto as e os jornalistas do "Público" (Leonete Botelho, São José Almeida, Nuno Simas, Rita Brandão Guerra) não sei se é verdade, se é mentira. O que sei é que, nas actuais circunstâncias, não será fácil encontrar no PS alguma outra personalidade com a coragem e determinação de José Sócrates para enfrentar as dificuldades que o país atravessa. Eu, pelo menos, não estou a ver, entre as figuras apontadas como futuros candidatos à liderança do PS, ninguém com essas características.
A quem eu tenho ouvido, ultimamente, defender a tese do "governo patriótico" ou de "salvação nacional" e, simultaneamente, o afastamento do actual primeiro-ministro, é à direita (Paulo Portas pelo CDS e Pacheco Pereira e Paulo Rangel, designadamente, pelo lado do PSD. Compreende-se a ideia, porque para a direita (e só para esta) a solução seria ouro sobre azul: regressava ao poder em posição de força (uma vez que lhe era reconhecido o direito a veto na escolha do primeiro-ministro) não correndo grande risco de ser associada às medidas de rigor orçamental, tomadas ou a tomar, porque o PS (como partido maioritário dentro da coligação e, aparentemente, o único responsável pela indigitação do primeiro-ministro) continuaria a ser visto como o principal responsável. Logo, o mais penalizado.
A defesa pela direita desta solução não deixa, no entanto e ao mesmo tempo, de ser surpreendente: sabendo-se que as últimas sondagens apontam para uma vitória da direita em eventuais eleições legislativas, uma tal posição só se explica pelo medo em assumir o risco da governação em tempos de crise.
Pelo que, ou esta gente é muito "corajosa", ou não está preparada para as surpresas do novo "ovo kinder" (Passos Coelho, nas palavras do seu "companheiro" Morais Sarmento).
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
Surpresa, dizem eles
A generalidade dos economistas e analistas manifesta-se surpresa com o desempenho da economia portuguesa, com o PIB a crescer 0,4% no 3º trimestre face ao trimestre anterior e com uma variação positiva de 1,5%, em termos homólogos.
Motivo para surpresa tem também o leigo na matéria perante tanta surpresa. É que, de facto, ao longo de todo o ano de 2010, temos assistido à mesma cena: o desempenho da economia portuguesa a ultrapassar, em muito e sistematicamente, as previsões dos analistas que, aliás, também por sistema, têm considerado como irrealistas as estimativas do Governo.
Ora, se são estas as que se têm mostrado bem mais conformes com a realidade, cabe perguntar: por que razão tal acontece? Interrogo-me, porque, supostamente, os instrumentos de análise de que o Governo dispõe não são melhores do que os dos analistas. Dá, no entanto, para ver, até para o leigo, que as previsões pessimistas dão fôlego à especulação. Residirá aqui a resposta ? Fica a pergunta para os especialistas.
Pimenta na língua
Salvo melhor opinião, o Governador do BdP, do que está mesmo a precisar, é de pimenta na língua. Para pensar duas vezes antes de abrir a boca para falar.
Já agora, igual receita para a eurodeputada Ana Gomes, mulher corajosa, sem dúvida, mas que sofre do mesmo mal: irreflectida, fala do que não sabe e sem pensar nas consequências do que diz.
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Justiça enlameada
A justiça portuguesa é uma inegostável fonte de surpresas. Por regra, ultimamente, desagradáveis. Hoje, é objecto de notícia o juiz-presidente do Tribunal de Alenquer (que dá pelo nome de Afonso Dinis Nunes ) que decidiu "adiar julgamentos para 2011, alegando que devido ao corte de 600 euros no salário terá de reduzir o seu horário de trabalho extraordinário por motivos financeiros". A atitude do juiz (?) é deplorável e indigna de um juiz, mas o caso poderia ser encarado à luz do ditado que diz que "uma andorinha não faz a primavera" e o comentário poderia ficar por aqui. E ficaria, ressalvando-se assim a honorabilidade de toda a magistratura judicial, se se não verificasse a circunstância de a notícia (surgida no Correio da Manhã) ter sido acolhida no próprio site da Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP), facto que só pode ser entendido como sinal de apoio ao comportamento do juiz (?) elevado à categoria de exemplo a seguir. O que significa que a direcção do juiz-desembargador António Martins faz questão que toda a magistratura judicial saia enlameada do caso.
Não será altura para o Conselho Superior da Magistratura tomar uma atitude ? É que se a não toma temos de nos perguntar para que serve o auto-governo dos juízes? Para os correr a todos com as classificações de "Bom" e "Muito Bom"?
Não será "curto"?
Directamente para o livro dos recordes
Em Beja:
E o Portas ainda clama, dia sim, dia sim, que há falta de polícias !
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
terça-feira, 9 de novembro de 2010
O "culpado"
Por muito detestável que seja o regime chinês (uma ditadura que nem "comunista" já é) a verdade é que a recente visita do Presidente da China, Hu Jintao, constitui só por si, independentemente dos resultados, um sucesso que vem confirmar o que já tinha ficado claro aquando da eleição para o Conselho de Segurança das Nações Unidas: Portugal, um país com reduzida dimensão territorial, tem um peso na cena internacional muito superior ao que seria de esperar tendo em conta a sua dimensão. Sem dúvida que estes êxitos têm a ver com ligações que vêm do passado, mas também não se pode subestimar a acção da actual diplomacia portuguesa.
Dir-se-á que estes êxitos não enchem barrigas. Não será, porém, tanto assim, quando se sabe que as exportações portuguesas continuam a crescer bem acima das previsões. Ora, se é verdade que o excelente desempenho das exportações é atribuível, em primeira linha, ao dinamismo dos empresários do sector, não é menos verdade que o sucesso se deve também, em grande medida, à diplomacia económica que o Governo tem desenvolvido. E o primeiro-ministro, muito em particular, pois, quer se queira, quer não, é um facto que José Sócrates é o principal "culpado". Os acordos hoje celebrados com a Argélia aí estão para, uma vez mais, o comprovar.
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
Jornalistas ou papagaios?
O jornalista e investigador norte-americano Steve Doig calcula [de acordo com a metodologia por ele usada e explicada no seu blogue (a que cheguei por esta via)] que o número de participantes na manifestação, contra as medidas de austeridade, promovida pelos sindicatos da função pública afectos à CGTP, no passado sábado, terá andado entre 8 mil a 10 mil pessoas, enquanto a organização aponta para os 100.000 participantes, número este que é o único divulgado pelos jornais diários que ontem me dei ao trabalho de folhear (DN, JN e "Público") indo o DN ao ponto de nem sequer indicar que o número era o indicado pela organização.
Compreende-se perfeitamente que os promotores deste tipo de iniciativas tenham por hábito (que, pelos vistos, consideram normal) empolar os números, porque é em função dos divulgados que se afere o seu êxito ou o seu fracasso: quanto mais elevado o número, maior o sucesso.
Ao invés, já não se compreende lá muito bem a forma acrítica como os media em geral engolem com tanta facilidade os números que lhe são assoprados, até porque, como o demonstra o trabalho do jornalista norte-americano, é possível para qualquer jornalista dotado de um mínimo profissionalismo e de sentido crítico avançar com os dados resultantes da sua própria observação.
Limitar-se a debitar números fornecidos pela organização não é jornalismo, nem digno de jornalistas: qualquer papagaio era capaz de fazer o mesmo.
Infelizmente, constata-se todos os dias que jornalistas-papagaios é o que mais há por aí.
domingo, 7 de novembro de 2010
No Dragão: Águia depenada - Porto 5 - Benfica 0 (Golos - vídeos)
Que o Futebol Clube do Porto se encontra em excelente forma já não era novidade. A vitória sobre o Benfica era, pois, perfeitamente previsível, pois o Benfica tem andado longe do seu melhor e muito longe das exibições da temporada passada em que justamente se sagrou campeão. O que ninguém ousaria antecipar, nem o mais ferrenho portista, é que o Benfica saísse do Estádio do Dragão com uma derrota tão pesada. Que o Benfica perdesse por 5 golos sem resposta era algo fora de todas as previsões. Quase se pode dizer que também o Benfica, agora a 10 pontos do líder FCP, pode dizer adeus ao campeonato.
Os golos:
Varela:
Falcão:
Hulk:
Lembrete
A propósito das declarações ultimamente proferidas por Pedro Passos Coelho defendendo a responsabilização no plano civil e no plano penal de todos quantos "colocam em causa o futuro do país” (conceito tão oco quanto o que, pelos vistos, lhe passa frequentemente pela cabeça), faz todo o sentido lembrar-lhe que "Nos últimos 30 anos, a despesa pública aumentou de 29% para 45% do PIB. Um aumento do peso do Estado na economia de 16,3 pontos percentuais, dos quais 12,1 p.p. (75%) aconteceram em governos liderados pelo PSD e apenas 4,2 em governos PS." (Manuel Caldeira Cabral, em estudo publicado, na íntegra, aqui *)
O lembrete faz sentido, porque, com tanta gente do seu partido, a começar por Cavaco, a incorrer em responsabilidade civil e criminal, segundo a tese de Coelho, este arrisca-se, com tanta fúria justiceira, a ficar na sede do PSD falar sozinho para as paredes.
sábado, 6 de novembro de 2010
Passos Coelho para o chilindró !
Passos Coelho já para o chilindró!
É, aliás, um favor que lhe fazem, já que tanto insiste. É que, no meu, embora modestíssimo, modo de ver, há meses * que anda, com as parvoíces que já disse e fez, a pôr "em causa o futuro do país".
*Há meses, digo eu, porque o tempo ainda não deu para mais.
É, aliás, um favor que lhe fazem, já que tanto insiste. É que, no meu, embora modestíssimo, modo de ver, há meses * que anda, com as parvoíces que já disse e fez, a pôr "em causa o futuro do país".
*Há meses, digo eu, porque o tempo ainda não deu para mais.
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
sábado, 30 de outubro de 2010
Procuram-se 500 milhões
O acordo firmado entre o ministro das Finanças e a delegação do PSD, chefiada pelo independente (?) Eduardo Catroga, só o é nominalmente, pois continua sem se saber onde é que se vão buscar 500 milhões de euros para, em 2011, se poder reduzir o défice público para 4, 6 % do PIB, em conformidade com os compromissos assumidos pelo Estado. É o que resulta, com meridiana clareza, das declarações do ministro Teixeira dos Santos.
Depois de ver e ouvir Eduardo Catroga, durante uma "eternidade", a meter os pés pelas mãos, sem possibilidade de se chegar a uma conclusão, coube também ao ministro esclarecer que a preocupação do PSD, durante as negociações, foi a de "dourar a pílula" e que foi o PSD quem, no final, se recusou a ficar na fotografia. Compreende-se.
Mas também se compreende que, graças ao PSD, alguém vai pagar a factura destinada, na proposta de Orçamento, aos contribuintes englobados no 4º, 5º e 6º escalões do IRS (agora excluídos dos limites às deduções em matéria de despesas de saúde e de educação).
Sairá a "fava" aos reformados ?
Pelo menos para o PSD, são estes os que estão na calha.
Gato escondido com o rabo de fora
Com toda franqueza, Mário Soares ficaria bem melhor na fotografia, se assumisse, às claras, o apoio (e o patrocínio?) à candidatura de Fernando Nobre.
Qualquer fotógrafo sabe que, em fotografia, a falta de luz é um grande problema.
Futebol da 1ª Liga: Benfica 2 - Paços de Ferreira 0 (Golos - Vídeos)
Quinta vitória consecutiva do Benfica, desta feita, frente ao Paços de Ferreira, por 2-0. O regresso do campeão? Ainda não estou convencido que o Benfica desta época tenha argumentos para incomodar o Futebol Clube do Porto que, para já, segue confortável na frente.
A ver vamos já na próxima jornada.
Entretanto, vejamos os golos:
(Aimar)
(Kardec - g.p.)
A factura
Ao que dizem as últimas sondagens, os eleitores preparam-se para entregar o poder à direita. Convém também que se preparem para pagar a factura.
“Acredito que vamos ter de mexer nas pensões da função pública” diz Passos Coelho.
Fica o primeiro aviso.
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
Estratégias
Ao que se anuncia, o Governo e o PSD chegaram a acordo para viabilizar o Orçamento de Estado para 2011. Como se esperava, digo eu, porque o que tem de ser tem muita força.
Dispensável teria sido, no entanto, toda a encenação que o precedeu, a começar nos "pressupostos" de Passos Coelho (que vai seguramente deixar cair) e a acabar no forcing de Cavaco Silva, ao convocar, inutilmente, o Conselho de Estado, pois, ao que tudo indica, o acordo já tinha sido alcançado. Como tinha que ser, repito, pois a verdade é que não havia alternativa: o Plano B de Passos Coelho não passava de conversa da treta, pois não estava ao seu alcance concretizá-lo.
A encenação, à conta de Passos Coelho, saiu-nos cara, em termos de juros da dívida pública, mas que importa se Cavaco Silva e Passos Coelho fizeram um figurão ?
Não era isso, aliás, o que interessava à estratégia eleitoral dum e doutro ?
Disse insensibilidade social ?
Numa das suas arremetidas contra o Orçamento de Estado, o secretário-geral do PSD, Miguel Relvas, saiu-se com a afirmação de que a proposta apresentada pelo Governo é de “grande insensibilidade social, que vai trazer maior disparidade social, que vai trazer maiores problemas sociais, mais fome e mais miséria ao nosso país”, retomando, assim, uma das críticas mais virulentas dirigidas pelo PSD contra o Orçamento.
Ora, tanto quanto se sabe, pelo que tem vindo a ser publicitado, as divergências entre o PSD e o Governo, no momento em que as negociações entre ambos foram abortadas, resumiam-se, no que respeita ao aumento de impostos ao número de escalões que ficariam isentos da limitação das deduções fiscais em matéria de saúde e de educação, em sede de IRS: na proposta do Governo ficariam isentos os 3 primeiros escalões onde cabem os 3.800.000 agregados com rendimentos mais baixos (ver o quadro infra retirado daqui) enquanto para o PSD a limitação deveria abranger apenas os dois últimos escalões (40.000 agregados, em números redondos).
Não discuto aqui se a divergência era ou não ultrapassável: o PSD entendeu que a perda de receita fiscal resultante da sua proposta podia ser compensada pelo lado da despesa com cortes de igual montante nos consumos intermédios (fosse lá onde fosse) e o Governo garantiu que, tendo já cortado a despesa em cerca de 25%, não tinha margem para efectuar mais cortes, tanto mais que esses cortes, mesmo que inscritos no Orçamento, não teriam credibilidade, por não serem exequíveis.
O que me interessa aqui destacar, face à posição assumida no desenrolar das negociações, é que o discurso da "fome e da miséria" ensaiado pelo PSD não passa de conversa fiada (ou de uma farsa, se quiserem) porque é evidente que, se tal discurso fosse para levar a sério, o PSD não poderia aceitar, como aceitou, aparentemente sem pestanejar, ao aumento do IVA de 21% para 23%. É que o IVA é, ele sim, o imposto mais socialmente injusto, pois atinge todos os consumidores, mesmo os de menores rendimentos.
A recusa por parte do PSD em aceitar que a limitação das deduções em matéria de IRS abrangesse também os agregados incluídos no 4º e no 5º escalão (que não são ricos, é certo, mas em relação aos também não se pode falar em fome e miséria) e a sua incapacidade em indicar em concreto onde é que se poderiam fazer cortes na despesa que compensassem a quebra de receita, mostram, isso sim, que o que move o PSD não são os "pobrezinhos", mas os votos de uns largos milhares de eleitores, os correspondentes a mais de 500.000 agregados, incluídos nos referidos escalões.
Mesmo admitindo que a consideração antecedente é forçada, cabe no mínimo, perguntar: o que é que a posição assumida pelo PSD, durante as negociações, tem a ver com justiça social ?
Nada.
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Remédios
A generalidade das pessoas (políticos, comentadores et al.) que se têm pronunciado sobre a proposta de Orçamento apresentada pelo Governo tende a considerar que a proposta é "má", mas ao mesmo tempo toda a gente (com as previsíveis excepções) se esfalfa a defender a aprovação do Orçamento, custe o que custar.
Há aqui uma óbvia contradição que importa desfazer: um Orçamento de rigor e que impõe sacrifícios pode não ser agradável, mas não deixa, só por isso, de ser "bom", tal como um remédio pode ser desagradável e difícil de tomar, mas nem por isso deixa de ser recomendável se trouxer benefícios à saúde.
E é mesmo de saúde (da economia e das contas públicas) que se trata. Não há, com as naturais excepções, quem não reconheça que há, na economia portuguesa, um desequilíbrio nas contas com o exterior (consumimos mais do que aquilo que produzimos e importamos mais do que exportamos) e um défice nas contas públicas (o Estado gasta mais do que as receitas que tem).
E é mesmo de saúde (da economia e das contas públicas) que se trata. Não há, com as naturais excepções, quem não reconheça que há, na economia portuguesa, um desequilíbrio nas contas com o exterior (consumimos mais do que aquilo que produzimos e importamos mais do que exportamos) e um défice nas contas públicas (o Estado gasta mais do que as receitas que tem).
A situação não é de agora, nem de há meia dúzia de anos e por isso não me venham com a lengalenga de que Sócrates é o culpado, pois o "pai do monstro" é outro (Cavaco, segundo Cadilhe) e as derrapagens dos últimos anos ficaram a dever-se à crise económica mundial que afectou todos os países, incluindo muitos com um desenvolvimento superior ao nosso. Como é, por exemplo, o caso da Inglaterra, da Espanha, da Irlanda, da França e por aí adiante, a maior parte com um défice bem superior ao de Portugal.
Alertados pela crise grega, os credores externos entenderam agora (bem ou mal, não discuto) que também chegou a nossa vez de tomar medidas para pôr cobro à situação. E estamos neste ponto: sem medidas de contenção das despesas por parte do Estado e dos agentes económicos em geral e sem a recuperação dos equilíbrios, ou não há financiamento externo, ou este irá custar-nos os olhos da cara. Aqui chegados, há que encontrar o remédio e terá que ser cá dentro, pois sem financiamento externo é o funcionamento de toda a economia que é posto em causa e não está ao nosso alcance forçar a mão dos credores. É lamentável, mas é assim.
O remédio traduzido na proposta de Orçamento para atalhar a doença que afecta a economia portuguesa é amargo? É. A discussão sobre se é bom ou mau tem, porém, de centrar-se em saber se o remédio cura, ou não cura. Se não cura, é "mau". Se cura, é "bom". As autoridades monetárias internacionais e os credores externos acham que sim, que cura. Eu não sei, mas ainda não vi melhor receita. E credível, muito menos.
É barata e dá milhões...
A intenção de Cavaco Silva de limitar a despesa da sua campanha eleitoral a metade do valor que é permitido por lei e de não recorrer à colocação de cartazes (outdoors) seria de louvar, se não tivesse sido anunciada com a pompa e a circunstância do seu discurso de recandidatura à Presidência da República. Feito o anúncio, nos termos em que o foi, a intenção anunciada pode, legitimamente, ser entendida como um acto de propaganda que, ainda por cima, é simples, barata e eficaz pois dá milhões...de votos.
E mais: sabendo-se que os outros candidatos à Presidência não estão em pé de igualdade com ele, em termos de visibilidade na comunicação social (e não só) por força das funções que desempenha, sem dúvida, mas também devido à multiplicação das visitas que ultimamente tem realizado e às iniciativas em que tem participado, com um afã nunca visto, o anúncio também pode ser entendido como uma forma de condicionar os outros candidatos a seguirem-lhe o exemplo quando ele sabe, de antemão, que eles não estão em condições de segui-lo, se quiserem realizar uma campanha minimamente eficaz. Ou seja, à luz deste entendimento, o anúncio também pode ser visto como um excelente exercício de hipocrisia política.
Ou não ?
Ou não ?
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
E que tal fechar a loja...
Se o PSD não é capaz de elaborar uma explicação para o abandono das conversações com o Governo tendentes à viabilização do Orçamento melhor fundamentada do que aquela que Miguel Relvas acaba de ler (mal*), o melhor mesmo é o PSD fechar a loja.
A posição do PSD de só anunciar qual será a sua intenção de voto em relação ao orçamento do Estado na véspera da votação na Assembleia vai no mesmo sentido. Dá, com efeito, a impressão de que o PSD está entregue a um grupo de "jovens" incapazes de ver o quanto essa posição custa ao país, pois nada é mais prejudicial do que a incerteza. Esta não aproveita a ninguém, excepto aos especuladores, como já hoje deu para ver com a reacção da Bolsa e o imediato aumento das taxas de juro da dívida pública.
(* O secretário-geral do PSD estava claramente nervoso, o que se compreende, tendo em conta o "buraco" em que se meteram e em que nos estão a meter.)
(Título e texto reeditados)
(* O secretário-geral do PSD estava claramente nervoso, o que se compreende, tendo em conta o "buraco" em que se meteram e em que nos estão a meter.)
(Título e texto reeditados)
terça-feira, 26 de outubro de 2010
Cavaco desmemoriado
Que se poderia esperar de um fraco Presidente da República que não fosse um fraco discurso de recandidatura ?
Que mais se pode dizer, com objectividade, dum discurso que mais não foi que um auto-elogio* de fio a pavio, sem uma ideia de futuro?
Talvez se possa ainda dizer que Cavaco Silva anda um tanto desmemoriado. Diz ele que não é intrigas, mas o verão de 2009 não está assim tão longe.
* Entre as muitas virtudes que apregoa, há uma que, salta à vista, ele não tem: a da modéstia.
(Reeditado)
Talvez se possa ainda dizer que Cavaco Silva anda um tanto desmemoriado. Diz ele que não é intrigas, mas o verão de 2009 não está assim tão longe.
* Entre as muitas virtudes que apregoa, há uma que, salta à vista, ele não tem: a da modéstia.
(Reeditado)
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Um tiro pela culatra
O relatório da Comissão Europeia para a Eficácia da Justiça (CEPEJ) do Conselho da Europa dá uma imagem nada favorável da justiça portuguesa, condizente, aliás, com a percepção que dela tem o vulgar cidadão. Ali se afirma, com efeito, que "Portugal tem o segundo pior "tempo de disposição" - o indicador da capacidade de encerramento de casos pendentes", ao mesmo tempo que se indica que "Portugal está entre os três Estados com rácio mais elevado de juízes e procuradores", o que é espantoso quando se sabe que, volta não volta, os sindicatos dos magistrados (judiciais e do Ministério Público) se queixam de que há falta de magistrados.
Deveras surpreendente é ainda a informação de que "Portugal é um dos países europeus onde a remuneração dos juízes em fim de carreira tem um nível bastante superior à média salarial nacional. Os juízes em final de carreira (no Supremo Tribunal) ganham 4,2 vezes mais do que o salário médio bruto nacional. Um rácio confortável no cômputo geral, à frente de países como a Bélgica, França, Finlândia, Noruega, Suécia, Áustria, Holanda, Dinamarca ou Alemanha (com um rácio de apenas 2,1)", informação que constitui uma concludente resposta às insinuações do desembargador António Martins, presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses de que já aqui demos conta.
Acrescente-se que quem diz juízes, diz procuradores, pois os níveis remuneratórios são os mesmos e idênticos os privilégios de que gozam.
Perante este relatório, o Sindicato dos Magistrados do Ministério Público reagiu do modo que lhe é habitual: metendo a cabeça na areia, como a avestruz e alijando, como sempre, culpas próprias, não encontrou melhor forma de contornar as evidências do que alegar a existência de manipulação por parte do Governo que, todavia, não foi havido nem achado na elaboração do documento.
Quem ainda se não se pronunciou, tanto quanto sei, foi o desembargador Martins, o que se compreende perfeitamente. A esta hora, o homem ainda não recuperou do tiro que, por interposto relatório, lhe saiu pela culatra.
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