Pelas contas de Pedro Adão e Silva transmitidas em crónica publicada na edição do "Expresso" de ontem, com o título " Há três anos a queimar dinheiro" (reproduzida aqui), a política deste governo traduziu-se até agora em retirar da economia (pela via dos impostos e dos cortes na despesa) 15 mil milhões de euros, para obter "uma diminuição efectiva do défice de [apenas] 3 mil milhões de euros". Conclui o cronista, e bem, que "Pelo caminho queimaram-se 12 mil milhões de euros".
Sejam 12 mil milhões de euros, como escreve Pedro Adão e Silva, ou 13 mil milhões de euros, como também já vi escrito, estamos, em qualquer caso, perante uma enorme quantidade de papel que dá para alimentar uma fogueira de tamanho tal que até é difícil imaginar para quem não está habituado a lidar com números de tal grandeza.
O que qualquer um de nós pode saber é quem são os incendiários e, por isso, nem é preciso adiantar aqui os nomes. Um deles (o ex-ministro Gaspar, alarmado por não conseguir lidar com as labaredas, já se pôs andar, mas a sua substituta e os restantes continuam tranquilamente à volta da fogueira. E é também com toda a tranquilidade que continuam, não só a alimentá-la, mas também a atiçá-la. Aí está a proposta de Orçamento do Estado para 2014 que não me deixa em mentira.
Diz-se, com frequência que, em Portugal, os incendiários são tratados com excessiva benevolência e tudo indica que tal deve ser verdade olhando para o que se tem passado e continua a passar à volta desta fogueira.
1 comentário:
Até ao dia em que se queimem...
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