É um título que define bem o comportamento do eleito presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMP) que, logo após a sua eleição, denunciou a existência de pressões sobre os magistrados encarregados do processo Freeport, a tal ponto inadmissíveis que justificaram o pedido de uma audiência urgente ao Presidente da República (!) denúncia que serviu para gerar grandes manchetes nos media do costume. Este resultado terá sido, tudo o indica, o efeito pretendido, o que mostra, a meu ver, que o presidente do SMMP é portador não de uma agenda sindical, mas o executor de uma linha política que já vinha detrás e que tem produzido os resultados que estão à vista de toda a gente que quer ver.
A esta "entrada de leão", sucede-se, de imediato, "a saída de sendeiro" traduzida na nota de imprensa ontem difundida pelo SMMP, após a divulgação do comunicado da Procuradoria-Geral da República, comunicado que a dita nota de imprensa saúda como "manifestação pública de confiança do Ministério Público nos magistrados".
Em que ficamos, se, ao mesmo tempo, a nota avisa que "continuará a denunciar todas tentativas de intervenção no trabalho dos investigadores". Continuará como, se até agora, denúncia não se viu nenhuma? O SMMP não ignora, suponho, que para se poder falar de denúncia, é preciso que haja, além de factos em concreto, a indicação de alguém responsável por eles e, como é público, o sindicato sobre a matéria guardou de Conrado o prudente silêncio, mesmo depois de instado a fazê-lo.
Nesta matéria, o mais que se viu até agora, e não pela via do SMMP, foi a referência a um encontro entre o procurador Lopes da Mota, presidente do Eurojust, e os magistrados encarregados do processo, encontro que, todavia, segundo aquele, se inseriu no âmbito do apoio e acompanhamento da cooperação judiciária entre Portugal e o Reino Unido, no estrito cumprimento das suas atribuições, considerando ele absurdo que se tenha pretendido ter havido da sua parte o propósito de pressionar quem quer que fosse.
Seja assim, como Lopes da Mota afirma, ou seja assado, não deixa de ser surpreendente que alguém se sinta pressionado por um seu par.
Aliás, como bem diz Maria José Morgado, "nenhum magistrado que é corajoso é pressionável". Eu, que, noutros tempos, já exerci essas funções, não diria melhor.
Quem o não for (corajoso) deve escolher outra profissão. A de pastor, por exemplo, ou antes outra, que ser pastor também exige coragem. Para enfrentar lobos e intempéries!
11 comentários:
Estes representantes da justiça são patéticos, pois têm tão pouca qualidade como pessoas que nem conseguem compreender quanto mal fazem a eles próprios por não saberem comportar-se com o bom senso que o seu papel exige.
É só para repetir mais uma vez o aviso dirigido a anónimos de que aqui não se publicam comentários com insultos, nem que tenham a ver com a vida de terceiros. É para isso que a moderação está activada.
QUEM QUISER BOLSAR INSULTOS OU FAZER INSINUAÇÕES, TERÁ DE FAZER O FAVOR DE SE IDENTIFICAR.
Ficou por fazer, no meu anterior comentário, uma recomendação ao anónimo que andou a investigar a vida de uma pessoa com o meu apelido. Sugiro-lhe que prossiga a investigação até ao fim. Estou certo que chegará a uma conclusão que talvez o faça corar de vergonha pela suspeição levantada. Digo "talvez" não porque tenha dúvidas sobre a ninharia que é o que a pessoa investigada recebe pela actividade que desenvolve no âmbito da instituição a que se refere, mas sim, porque admito que haja pessoas que nem vergonha tenham na cara.
E já agora uma pergunta: Onde fica a sede da nova "Pide"? É que estou interessado em enviar o meu currículum para facilitar as investigações sobre a minha pessoa e para que deixem em paz quem nada tem a ver com o "Terra dos Espantos". Os meus antecipados agradecimentos.
Ninguém o insultou e ninguém investigou a informação está na net daí que tenha sido colocado o link se alguém quis ser pidesco foi vc porque num primeiro comentário inocente que fiz fui logo censurado, provavelmente porque já não visto a mesma camisola que vc, está muito corroída por Sócrates, mas a si assenta-lhe que nem uma luva
Os meus antecipados agradecimentos
Falar de quem censuramos é um acto de pura cobardia política
Ainda vc não tinha nascido já eu frequentava a íncrivel almadense,pena é que Almada dê agora abrigo a...
Ao anónimo das 18:40 tenho a dizer que os insultos a que me referi não lhe diziam respeito. Em relação ao comentário enviado que assume ser seu não vejo porque foi para aqui chamado um assunto que não tinha nem nada a ver com o tema do "post" e que, para mais não mais não me diz respeito, mas a uma terceira pessoa. Quanto ao de facto de o senhor considerar que eu é que sou pidesco, só tenho que lhe lembrar que um blogue não nenhum órgão de comunicação social, tem natureza pessoal e cabe ao seu editor publicar o que muito bem entender, sobretudo quando o que aparece é subscrito por alguém que nem sequer se identifica. Não será assim ? Quanto ao Sócrates só tenho a dizer-lhe que não o conheço pessoalmente, não sou militante do PS e não devo qualquer favor seja a quem for que pertença a tal Partido. Como tal (posso afirmá-lo, sem receio de qualquer desmentido) gozo da mais inteira liberdade para apoiar o PS quando no meu entender o merece e para o criticar, quando for caso disso. E se se quiser dar ao trabalho até pode encontrar exemplos desses aqui no blogue. Cumprimentos retribuídos, por aqui me fico.
Ao anónimo das 18:41 só tenho a dizer que seria de facto cobardia se a pessoa censurada estivesse identificada. Não é o caso, pelo que, passe bem.
Ao anónimo das 18,42, pergunto se sabe a minha idade ? É bem possível que esteja enganado não só quanto a esse dado, mas também quanto à dignidade das pessoas que passaram, passam e passarão, (espero) pela Incrível Almadense. Ninguém é bom juiz em causa própria e o senhor não é excepção. Julgo eu.
Caro Francisco Clamote,
O que está a dar é ser anónimo e eu também quero ser anónimo.
Na qualidade de nominalmente anónimo como os demais e, sendo neste aspecto igual a eles, venho assinalar a minha diferença que se assume sem qq dúvida como uma demarcação.
Vossa senhoria, bem merece melhor tratamento e melhor acolhimento nessa cidade de Almada, alíás tolhida por preconceitos ridículos de classe operária que, pelos vistos, não o quer por aí e ainda por cima lhe lembra o princípio da antiguidade já que em tempos, vossa senhoria ainda nem sequer concepturo era, e muito menos nascituro, talvez uma promessa, seria uma promessa de concepturo (quanto mais nascituro!) e já o seu adversário prometido pelo seu misterioso destino calcurreava os corredores da bela e Íncrível Almadense, isto é, "frequentava" ficando a dúvida quanto ao tipo de "frequência"...
"Pena é que Almada dê, agora abrigo a...", resumindo e concluindo, vossa senhoria é mal amado por aí.
Eu não lhe sugiro que lhes perdoe, porque, sendo vossa senhoria uma pessoa caridosa já lhes perdoou tamanha e canhestra ofensa.
É este o país que temos, fala-se em alhos e respondem com bugalhos, procura-se tratar um tema com elevação e puxam-no para baixo e enlameiam-no e no meio da refrega esganiçados e raivosos ainda perguntam "se queres mais, salta para cá..."
Resumindo e concluindo: Não se deixe enervar, não se desgaste por um minuto que seja, eles quando o conhecerem e se forem pessoas inteligentes irão sentir vergonha.
Mas duvido que isso aconteça!
Quanto ao tema em apreço tem lamentavelmente toda a razão.
Para mim, só há duas hipóteses: ou os procuradores da investigação andaram a fazer queixinhas a tudo quanto era "homem macho", como "virgens apalpadas" , ou o ilustre sindicalista, qual caçador ( que confessa ser) começou a gabar-se de ter apanhado coelhos e lebres "a dar com um pau" e desatou tresloucado aos tiros a ver se a malta não topava que estava " a regar" e a ver se ia despercebido à praça comprar os seus troféus.
Tamanha era a ganância de ser um heróico caçador (ou pescador que tb os há mentirosos e gabarolas!) que até ía atropelando o senhor Conselheiro PGR e propunha-se ír direito à Presidência da República subindo ao mais alto poiso e que é quem mais ordena e está bem visível e na mira.
Pelo caminho atropelou um outro ilustre desconhecido ou já esquecido do Eurojusto que eventualmente até poderá ter dito ou comentado: "Caros, mas isso não está já prescrito? Estão aí a trabalhar tanto e a tamanha velocidade há tantos anos que ainda descarrilam e para quê?"
Nesta outra hipótese as virgens ofenderam-se e vitimizaram-se.
Seu ou sua anónimo(a) que importa o sexo, se dele carecem os anjos?
Caro Anónimo de 3 de Abril:
Texto bem "esgalhado" sem dúvida. Pena não ter sido eu o autor!
Cumprimentos.
Deixai-me adivinhar: pelo estilo, pelo humor, diria que o meu estimado anónimo se chama Augusto. Adivinhei ?
Caro amigo,
Eu sabia que V. senhoria (que sempre me conheceu) me vem substimando perante o seu outro amigo Augusto. Este, eu sei que não é aquele que agora (ainda ontem!) se queria passar por turco a falar português.
Não, não sou Augusto mas ainda não perdi a esperança de o vir a ser.
Eu não sou eu, nem o outro, sou e estou do seu lado, se e quanto estiver de acordo consigo, conte comigo, com as minhas modestas armas "toujour en garde" e com as minhas posses, aliás, próprias de um remediado, mas sempre solidário e sonhador que gostaria de ser filósofo mas que, disso, só logrou escassa fama.
Obrigado pelas oportunidades que me tem dado de me divertir e de me exasperar com o seu blogue. De facto quando posso e entre duas peças (tb faço peças e por isso me poderia reclamar de "operário" mas neste momento não sei se seria oportuno!), lá vou eu "espantar-me".
Boa Páscoa e adoce essa boca já que este País anda deveras amargo.
Respeitosamente e com elevadas consideração e estima.
(A. qualquer coisa no ar)
Boa malha, Álvaro! Também foste hipótese que considerei. Abraço
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