Que Paulo Rangel está equivocado quanto à natureza das eleições a que vai concorrer como cabeça de lista do PSD, ao pretender dedicar-se a tratar de questões nacionais, quando estão em causa umas eleições para o Parlamento Europeu e quando, logicamente, seria de privilegiar os temas relevantes a nível europeu, parece-me evidente e já o disse. Vindo a talhe de foice, aqui o repito.
O equívoco de Rangel não é, porém, o único. Os da conta de Manuela Ferreira Leite ao escolher Paulo Rangel para tal lugar, não são menores. Bem pelo contrário.
Com efeito, MFL não só gorou as expectativas (por ela criadas, com o "tabu") de que viria a ser apresentada como cabeça de lista uma personalidade forte e indiscutível, como nem sequer convenceu os seus companheiros de partido. Sabia-se por esta notícia, que a opção de MFL não era consensual dentro do partido, muito longe disso. O que não se sabia era que, ao levar a sua por diante, MFL tivesse cometido, só à conta dela, um duplo equívoco: contou que a sua escolha não viesse a lançar o desânimo entre as hostes e esperou certamente que a solidariedade partidária viesse a funcionar. Ora, pelo que se viu até agora, o desânimo grassa entre o "povo laranja" e a solidariedade não tem sido vista por aquelas bandas.
Que o desânimo é evidente, basta atentar no editorial de José Manuel Fernandes, na edição de ontem do "Público", para quem (reconhece ele, a contragosto) "(...)é difícil que um político ainda relativamente pouco conhecido dos portugueses, como Paulo Rangel, consiga ultrapassar as expectativas, unir o partido e, na campanha, revelar-se alguém com a energia e o poder de atracção com que Sousa Franco estava a impressionar o país em 2004(...). (Entre parentêsis, diria eu que não é justo comparar quem não é comparável e que ao cabeça de lista do PSD não se deve pedir o impossível). Fechado o parêntesis, noto ainda a este propósito que o mesmo jornal, na edição de hoje, já nem sequer disfarça, numa nota assinada por Filomena Fontes, a "desilusão [provocada] naqueles que viam no ex-líder do partido, Marques Mendes, o protagonista certo para travar um combate que vai exigir uma forte mobilização das bases".
Da desilusão à desmotivação e ao alheamento vai um passo, por sinal, já dado, pois já há quem, dentro do partido, tenha tido o cuidado de esclarecer que Paulo Rangel foi uma escolha pessoal da líder do partido, como quem diz: ela que se amanhe !
Dizia eu, há dias, que "Quem manda é ela...!" , podendo hoje acrescentar que, mesmo para o seu partido, manda e manda mal. Nada que contrarie as expectativas, digo eu.
1 comentário:
O candidato é uma aquisição de pouca data do PSD e não pode agradar ao partido. Mas a Comissão política deles lá engoliu o cachalote e apoiou o bicho por unanimidade, não foi?
Quanto às matérias k o vão ocupar, pois estão à vista. O Psd tudo fará para k as europeias sejam um ajuste de contas com o governo... logo...por conseguinte... por consekuência... de k há-de ele falar?
(como vem aí o k ,ando a treinar o seu uso...)
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