A queda dos preços de produtos e serviços verificada no mês de Março até é assunto que merece tratamento jornalístico, tanto mais que é um facto inédito há várias décadas. Agora dar-lhe a dimensão de quase tragédia como o faz o "Público" on line e na edição impressa de hoje (onde o título da notícia e os gráficos, a vermelho, ocupam três quartas partes da capa e as duas páginas seguintes) é que já é um exagero, também reflectido no título alarmista "Queda de preços ameaça agravar a crise". E digo alarmista, porque se constata, páginas volvidas, que o risco de deflação é, afinal, um cenário ainda distante e pouco provável, segundo a maior parte dos economistas, para os quais a queda ora verificada pode ser explicada, em boa medida, pela acentuada baixa dos combustíveis (-19,8%). Para o "Público", no entanto, pelo tratamento dado ao tema, parece ser já motivo de grande alarme. Um horror (!) diria eu, verdadeiramente impressionado, tanto tanto mais que me lembro de títulos igualmente catastróficos quando, no ano passado, se assistiu à subida vertiginosa do preço do petróleo e dos cereais.
Meus senhores, tenham calma, que o que sobe também desce e vice-versa. É o que diz a sabedoria popular e a experiência (até recente) confirma !
(Reeditada)
1 comentário:
Os jornalistas habituaram-se a fazer dramas e não sabem ser de outro modo.São mais fazedores de notícias que transmissores de notícias. Quando compreenderão qual o papel que lhes cabe?
Enviar um comentário