A chaga social do desemprego continua imparável. Graças aos esforços do governo Passos/Coelho, Portugal não só bate, uma vez mais, todos os anteriores recordes, já da responsabilidade deste governo, como atingiu finalmente o pódio dos países da União Europeia com o desemprego mais elevado. À frente de Portugal, com 15,3% de desempregados, já só vemos a Espanha (24,1%) e a Grécia ( 21,7%) .
Mas, pelos vistos, Passos/Coelho não está satisfeito com o último lugar do pódio. Com efeito, o seu governo acha que a subida do desemprego torna mais urgente a reforma laboral, como se as medidas já tomadas na área laboral não tivessem até agora contribuído para agravar o flagelo.
Parecem tolos, se é que o não são mesmo. E se o não são, cegos, pela ideologia ultraliberal, são-no pela certa, para não verem os resultados a que a política seguida já conduziu, resultados que no futuro não irão ser diferentes se a política continuar a seguir os mesmos passos de Coelho.
Por acaso, tão raras são as vezes que passos os olhos pelo ecrã, acabei de ver, na televisão, o ministro Relvas a dizer, com ar apalermado, devido certamente às noites mal dormidas, que o desemprego, apesar das reformas, não diminui, situação que lhe tira o sono.
Ó homem, meta na cabeça, duma vez por todas, que, se o desemprego sobe, não é apesar das reformas. Sobe por causa das reformas.
Entretanto o que vemos? Enquanto esta e outras desgraças se acrescentam e avolumam, o povo, ou mete a cabeça na areia, ou, no próprio dia do trabalhador, cai, de pés e cabeça, na cilada armada pelos donos do Pingo Doce.
Se já nada me espanta, também nada me impede de concluir que nunca foi tão verdadeiro o dito de que cada povo tem o governo que merece.
1 comentário:
Ao ouro não chegaremos, porque a Espanha é normalmente imbatível nesta matéria mas, com jeitinho, ainda chegamos à prata...
Abraço
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