Nuno Crato, "matemático e estatístico" é o actual ministro da Educação. Não obstante a sua formação e especialização, recusou-se terminantemente, no Parlamento, a responder ás insistentes perguntas da deputada Ana Drago sobre quantos professores contratados ficarão fora do ensino no próximo ano lectivo, alegando que precisa de "saber os horários que vêm das escolas e o número de alunos que se matricula”
Estranha afirmação na boca dum especialista em matemática e em estatística. Tão estranha a pontos de nem sequer ser lícito admitir que não saiba a resposta, uma vez que ele é, por um lado, o responsável pela carga horária dos diversos cursos e graus de ensino e, por outro lado, dispõe certamente de dados que lhe permitem saber, com grande precisão, qual o número de alunos que se irão a matricular. Seria absurdo supor o contrário, a menos que se considere que o ministério da Educação é um campo onde se vive sob o signo da irresponsabilidade e onde impera a maior das desorganizações.
Não vou tão longe e por isso, a recusa só pode ter uma explicação possível: é politicamente inconveniente, nesta altura em que o desemprego atingiu já números verdadeiramente alarmantes, ficar a saber-se quantos milhares de professores vão engrossar a multidão dos desempregados.
Admitir como verdadeira a sua afirmação de que não sabe, seria o mesmo que presumir que o matemático não sabe fazer contas e que o actual ministro da Educação está a precisar de voltar aos bancos da escola.
Nessa não caio eu!
2 comentários:
Mas como é que ele podia responder se a decisão foi tomada em cima do joelho, tendo como único critério o corte cego?
Isso era antes... já não é 2+2=4 ... agora é obrigado a que o resultado dê 1... ora há que "massajar" muito bem as parcelas ;)
Bjos
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