"Em 2010, o sector de construção empregava mais de 600 mil pessoas. No final de 2011, já só dava trabalho a 450 mil. E a previsão é que em dezembro deste ano não empregue mais de 250 mil pessoas. Responsáveis do sector dizem que se não forem tomadas medidas urgentes nos próximos seis meses, o colapso do sector será inevitável.
Nos primeiros três meses do ano, mais 27.822 famílias deixaram de conseguir cumprir os compromissos que tinham assumido com os bancos à média de 306 famílias por dia (...)
Nas empresas, o incumprimento também está a aumentar rapidamente. (...) Olhando para o conjunto, mais de um quarto das empresas não consegue cumprir as suas responsabilidades (...)
O poder local encontra-se numa situação "dramática" de asfixia financeira (...)
(...) a crise tem provocado novas injustiças e acentuado outras que vêm do passado (...)
O Governo em geral e o ministro das Finanças em particular acreditam na tese de que aplicando uma brutal dose de austeridade à economia, ela ressurgirá forte, dinâmica, inovadora e exportadora no final da aplicação da receita. Como é óbvio, chegaremos ao final deste ajustamento mais pobres, com maiores desigualdades, mão de obra muito barata e com os melhores fora do país - e não à terra de leite e mel que Passos e Gaspar nos prometem. É necessário, imperioso e urgente inverter o rumo. A economia portuguesa está a morrer, varrida por um tsunami fundamentalista. E sobre os seus escombros só será possível construir um país que perdeu o comboio do futuro:"
(*Título de um artigo de Nicolau Santos, publicado na edição de hoje do "Expresso", donde transcrevi os extractos supra)
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