"A Zona Euro e a própria União Europeia estão no fio da navalha. A incompetência e falta de visão estratégica da gente que governa este velho continente produziram os seus frutos envenenados. Agora é só esperar que eles tombem da árvore para ver em que país se iniciará uma reação em cadeia de efeitos destrutivos, que ninguém pode avaliar antecipadamente. Os recursos que a Zona Euro tem no bolso para enfrentar a catadupa de desafios das próximas 4 ou 5 semanas são os meros "trocos" que sobram do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) (perto de 250 mil milhões de euros). Se a Grécia se estatelar para fora do Euro, no mínimo haverá perdas quase imediatas de 800 mil milhões de euros. A juntar a isso, a Espanha tem um sistema bancário completamente desacreditado. Só o crédito malparado será no mínimo no montante de 180 mil milhões de euros. Como ninguém acredita na engenharia contabilística dos banqueiros do país vizinho, tudo indica que a Espanha vai seguir o destino da Irlanda, endividando-se o Estado até ao tutano para salvar a sua banca com dinheiro público. A terceira desgraça é a loucura do mercado da dívida pública. Enquanto a Alemanha recebe o dinheiro de aforradores aterrorizados, que lhe pagam por cima para guardar as poupanças, a Espanha e a Itália estão cada vez mais perto da taxa mortífera dos 7% para os juros das obrigações a 10 anos. Na Europa, chegou o tempo de rezar com fervor. No mês de junho só um milagre nos poderá salvar."
(Viriato Soromenho Marques: in DN)
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