quinta-feira, 3 de maio de 2012

A miragem

Avolumam-se os sinais de que alguma imprensa começa a distanciar-se da política seguida pelo governo Passos/Coelho, porque, mesmo para a direita que domina os media, está a ficar claro que este governo de incompetentes é incapaz de levar o barco a bom termo. Já não era sem tempo, digo eu, tão gravosas têm sido as consequências das políticas prosseguidas. Para ilustrar essa mudança de perspectiva sirvo-me do texto de Helena Garrido, directora adjunta do Jornal de Negócios, intitulado "2018? Ou nunca mais?". Ora vejam  este pequeno extracto:
"(...)
É neste país com projecções maravilhosas de crescimento que o primeiro-ministro resolve dizer, também no dia do trabalhador, que os portugueses vão ter de viver com taxas de desemprego a que não estavam habituados. E é neste país também que o Governo promete devolver tudo o que tirou de rendimento aos funcionários públicos em 2018, se as contas públicas assim o permitirem.
E porque não deixarão as contas públicas devolver o salário à função pública e parte dos impostos a todos os cidadãos? É aqui que regressamos à impossibilidade daquelas previsões de prosperidade que o Governo nos apresentou no dia anterior ao feriado do trabalhador.
Dez meses passados com este Governo, as únicas medidas visíveis são as que reduziram salários, aumentaram o tempo de trabalho, facilitaram o despedimento e agravaram impostos. (...) Mas onde estão as medidas que também deviam ter sido tomadas? O que não foi feito nas parecerias público-privadas, na energia e nos impostos será o grande travão a esse país de prosperidade que o Governo vê nas suas previsões. Recuperação total dos salários em 2018? Sem a coragem de enfrentar quem impede o país de crescer, 2018 quer dizer nunca mais, nunca mais para os funcionários públicos, nunca mais para todos nós. A prosperidade será uma miragem quase eterna."
(Na íntegra, aqui)

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