terça-feira, 31 de julho de 2012

O vendedor de minérios, digo, de ilusões


De há uns tempos para cá o ministro Álvaro tem vivido obcecado com a exploração mineira e com os contratos relativos às respectivas concessões. Por seu lado, a comunicação social não se tem poupado a esforços para nos dar conta de tão intensa actividade ministerial. Quando não é o ferro de Moncorvo, é o ouro de Jales e do Alentejo, o cobre de Aljustrel, o estanho e o volfrâmio sei lá donde. 
O contrato de concessão para exploração do ferro de Moncorvo já passou à história, mas, mesmo admitindo que os restantes venham a ser concretizados, já alguém com mais cabeça deveria ter lembrado ao Álvaro que Portugal não é o "Eldorado" e que essa receita já está ultrapassada como forma de alcançar o desenvolvimento dum país. O "ouro", nos dias de hoje está nas energias renováveis, nas novas tecnologias, na ciência e na inovação.
É um facto que aposta nesses sectores era a política do anterior Governo e, só por sê-lo, o governo actual está impedido de  prosseguir por essa via, não só devido à estreiteza de vistas de Passos/Coelho, mas sobretudo, porque tal significaria a ratificação da política do Governo do "malvado" Sócrates.
Ainda assim, o Álvaro bem pode poupar-nos ao espectáculo deprimente de andar a exibir como grande feito o que mais não é que fogo de artifício. No século XIX, estou certo que uma tal exibição merecia fortes aplausos. Actualmente é um espectáculo banal que não suscita grandes entusiasmos e, quando é falso, como no caso, até pode causar repulsa.
(Imagem daqui)

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