quinta-feira, 12 de julho de 2012

Uma lágrima !


Depois ter garantido solenemente que não iria invocar a "herança" do passado para justificar as suas políticas, Passos/Coelho e as figuras, figurinhas e figurões que o acompanham não têm feito outra coisa que não seja lançar culpas sobre os governos do PS por todos os males do país, os passados, os presentes e, não é difícil presumir, os futuros.
Até ontem. 
Pressionado pela derrapagem das contas públicas (o homem, apesar do aumento brutal e generalizado dos impostos e dos esbulhos a que procedeu, inconstitucionais, hoje sem margem para dúvidas,  já sabe que não vai conseguir consolidar as contas públicas, nos termos do memorando) e sem saber o que fazer, depois da declaração de estarem feridos de inconstitucionalidade os cortes dos subsídios de férias e de Natal, apesar de ter contado com a benevolência dos juízes do Constitucional que lhe permitiram que ficasse com o roubo dos subsídios deste ano, Passos/Coelho, ontem, durante o debate sobre o Estado da Nação, viu-se  forçado a dirigir apelos ao PS para "assumir as suas responsabilidades", indo ao ponto de convidar a  "participar na avaliação do Programa de Assistência Económica e Financeira e a na preparação do Orçamento de Estado"  um partido relativamente ao qual não tinha tido até agora outra atitude que não fosse a de o atacar e desconsiderar. Coisa nunca imaginada, quanto mais vista!
O homem, para chegar a tais extremos, por certo que já teme que o céu lhe caia em cima, ou que o chão lhe falte debaixo dos pés. Ou as duas coisas juntas. Já não está simplesmente aflito. Vive numa situação permanente de aflição. 
Entretanto, acabo de sentir uma lágrima a cair-me pela cara abaixo. Não é que o raio dum mosquito teve a ousadia de entrar por um dos meus olhos adentro, causando-me uma tal irritação que me levou às lágrimas. Muito mal vão as coisas quando até um mosquito já me faz chorar!
(ilustração daqui)

1 comentário:

Majo disse...

Não devemos menosprezar o alcance de um mosquito, este espalhou uma horrível epidemia, a miséria.
A miséria em todos os parâmetros: das classes mais desfavorecidas, da estagnação económica, a miséria dos Serviços Nacionais de Saúde, etc.
Um mosquito ávido, desoriemtado e perigoso.