É sabido que o calor do Verão afecta muito boa gente e é o que deve estar a passar-se com a rapaziada do "Público" que hoje se entretém a desancar no secretário-geral do PS, António José Seguro, só porque o homem se lembrou de dizer que quer que o PS vença as próximas eleições "não por demérito deste governo (...) mas por mérito nosso, da nossa alternativa, das nossas ideias, da nossa proposta".
Até admito que o discurso de Seguro não passe de pura retórica, mas o propósito que se depreende de tais palavras só pode ser tido na conta de louvável.
Acho eu. O "Público" tem, no entanto, uma visão bem diferente a ponto de, não satisfeito com um comentário a zurzir em Seguro em editorial, ainda encontrar espaço e motivo para lhe espetar com uma seta para baixo na coluna do "Sobe e desce".
Não vejo que outra explicação, além da cima enunciada, poderá explicar a perturbação do "Público" que, no editorial, interroga: "Mas onde quer Seguro mostrar "mérito" que o leve ao poder? Nas propostas? No vigor das afirmações? Na simples simples crença na vitória? O mérito, como se sabe, mostra-se a governar, não a dizer como se governa".
Quem escreve esta prosa "passou-se". De facto, é caso para lhe perguntar como é que um partido na oposição consegue alcançar o poder, por mérito próprio, a não ser através da bondade das suas ideias e das suas propostas, uma vez que não governa?
Talvez, passados os maiores calores, o editorialista seja capaz de nos esclarecer.
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