sexta-feira, 7 de novembro de 2008

De "repentemente" ...

De repentemente, na véspera de mais uma manifestação dos professores, toda a gente tem uma palavra a dizer sobre a avaliação profissional dos professores: São os sindicatos que até assinaram um protocolo de entendimento com o Ministério da Educação sobre a matéria (não garanto que seja este o título do documento, mas a ideia é esta) e que se desdobram em declarações sobre isto e mais aquilo (e estão no seu direito, reconheço); é o PCP que, pela voz do deputado João Oliveira , acusa o ministério de "atropelar as leis" e forçar as escolas a "praticar ilegalidades" dando instruções às escolas para procederem às avaliações tendo em conta as alterações ao regime de avaliação que constam da proposta da lei do Orçamento (e eu pergunto qual é o mal ?); é a presidente do PSD, a quem se não tinha ouvido uma palavra sobre o assunto que defende "a suspensão do actual modelo de avaliação dos professores e a aprovação de um novo modelo de avaliação externa e sem quotas administrativas".
Que se passa ? Será que este pessoal está com medo ? A manifestação, minha senhora e meus senhores, é contra o Governo ! A ministra da Educação, que está em cheque, até tem estado calada.
Haja calma ! Como dizia o outro: "O povo é sereno" !

4 comentários:

Anónimo disse...

Tem toda a pertinência a estufecção.
De facto há uma senhora que já foi ministra da educaçâo (que fez ela?)e foi ministra de estado e da administração pública. Foi no seu consulado, e muito bem, que se elaborou o projecto de diploma de introdução de quotas para excelentes e muito bom, como solução para que os notandos não fossem corridos todos a muito bom.
Prepararam-se fichas de notação dos funcionários com os factores de avaliação, e as regras do respectivo processo que nunca foi apelidado de burocrático,e que não diverge do modelo proposto para os professores.Não há processos perfeitos, nem nunca haverá porque são executados por pessoas.Para cúmulo, como é possivel advogar a avaliação externa dos professores. Haverá porventura algúém exterior à escola capaz de abranger a complexidade de atributos exigíveis a um professor dentro de determinada comunidade escolar?
Não nos deixemos iludir por propósitos bem evidentes...
Zé Mário

Anónimo disse...

Ao 1º comentador
Por acaso conhece o modelo de avaliação que o ME impôs? Vou-lhe dar apenas alguns exemplos que, julgo eu, demonstram bem a imbecilidade deste modelo de avaliação:
O coordenador/professor avaliador tem de avaliar a “Correcção científico-pedagógica e didáctica da planificação das actividades lectivas”. A minha coordenadora, licenciada em Biologia, vai avaliar a correcção “científico-pedagógica” das aulas da disciplina que lecciono: Física! Ela é a primeira a admitir que não tem competência para tal. Mas mais exemplos poderiam ser dados: A professora de educação especial avalia a correcção científica dos professores de educação Física, a professora de História do 2º ciclo avalia os professores de Economia e Contabilidade, etc. Este modelo de avaliação é estúpido e inexequível por que não se avalia coisa nenhuma. Na prática, preenchem-se umas grelhas, enchem-se dossiers e dossiers com papéis (podem ser extraídos da net à última da hora que ninguém dará por isso uma vez que é humanamente impossível que uma só pessoa analise toda aquela papelada), passam-se todos os alunos, dá-se “graxa” ao presidente e está feita a avaliação! Não fossem as quotas de “excelentes” e “muito bons” (para os “amigos”, claro), até podíamos todos entrar neste jogo de faz-de-conta. Os únicos prejudicados seriam os alunos!
Já agora, a avaliação externa é possível! Por que não aproveitar os professores universitários (repito, universitários!), que orientaram tantos professores em estágio? Lhe garanto que um professor, como, por exemplo, o prof. Correia Cardoso, da Universidade de Coimbra, seria bem mais exigente na sua avaliação do que a minha pobre coordenadora, que está já à beira de um esgotamento com tanta reunião e formação da “treta”. A grande vantagem de uma avaliação realizada por estes professores, seria o facto de podermos efectivamente aprender e melhorar a nossa prática lectiva.

Helena

ARISTIDES DUARTE disse...

"Prepararam-se fichas de notação dos funcionários com os factores de avaliação, e as regras do respectivo processo que nunca foi apelidado de burocrático,e que não diverge do modelo proposto para os professores."
O 1.º comentador disse isto. Mas que sabe ele?
É isto que eu abomino nesta gente. Nada sabem e põem-se a falar daquilo que não sabem. Efectivamente o modelo de avaliação dos outros funcionários públicos não é burocrático. O dos professores é a coisa mais burocrática que existe. São fichas e mais fichas ( se usou manuais, se tem boa postura e boa voz, se usa isto e aquilo, mais aquilo e aqueloutro). Bem sei... Este é Governo das REFORMAS e , então, toca a apoiar tudo o que ele faz, mesmo que seja a coisa mais aberrante que existe,pois com este governo os Encarregados de Educação podem ir para o Centro Comercial ou ver a bola, que os filhos estão na escola. Pois é...

Anónimo disse...

Está visto. Aquela de o professor de ginástica ir avaliar o professor de física ou vice versa, não foi vista pelos sindicatos ou representantes dos professores?
Ou acharam que o melhor era deixar passar o eventual lapso para depois movimentar dezenas de milhar (professor mais a família a multiplicar por 3 ou 4, fazendo estoirar a bomba?
E por que não saber pela avaliação a postura do professora ( se dá a aula de perna aberta distraindo os alunos) ou se tem voz apropriada e não diverte os alunos com voz esganiçada...
Eu estou contra os professores que se manifestaram:
Houve muita reunião e ninguém se preocupou em analisar ou se empenhou colaborando e dando sugestões.
Portanto, agora, aguentem e ultrapassem com honestidade as eventuais falhas do sistema de avaliação.
Josefa