quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Um filme de terror

"Portugal continuará, até 2017 inclusive, a ser um dos países do mundo com menor crescimento, com mais desemprego e a economia continuará a perder posições no ranking do poder de compra per capita indica o Fundo Monetário Internacional (FMI). Ou seja, cada português, continuará a descer (a empobrecer) quando se olha para a lista dos mais de 180 países analisados pela instituição.

De acordo com as projeções do Fundo, que é um dos elementos da troika no país que tem estado a desenhar, juntamente com o Governo, o programa de ajustamento económico e financeiro, Portugal chega a 2017 em pior situação económica relativa do que estava em 2011."

(Luís Reis Ribeiro; "Ajustamento falha e Portugal cai nos rankings do FMI até 2017". Na íntegra: aqui)

O que os dados do Relatório de Outono das Perspectivas Económicas Globais (World Economic Outlook) do FMI (a que o artigo, parcialmente reproduzido, se refere) revelam é um filme de terror, o que, para os portugueses, nem sequer é novidade, pois não só estão a ver o filme, estão a vivê-lo.
Mesmo assim, não deixa de causar calafrios constatar que, segundo as previsões do FMI, "Portugal chega a 2017 em pior situação económica relativa do que estava em 2011." 
A dimensão da traição ocorrida nos idos de Março de 2011 está para além da tragédia, é o que estas previsões anunciam com total limpidez. 
E, pelos vistos, Portugal, ao contrário de Roma,  até paga a traidores, se bem que só a alguns.  Eu não pago e não perdoo a nenhum: nem aos que agiram por oportunismo político, nem aos que actuaram por ânsia de poder, nem a quem apadrinhou e fomentou a traição. Pelo menos, enquanto não vir um qualquer sinal de arrependimento.

1 comentário:

Jorge Carvalheira disse...

Clamote:
Eu não perdoaria, mesmo perante inequívocos sinais dele. E esses não virão, porque para isso exige-se dignidade onde só há manobrismo.
O sofrimento geral pode vir a ser maior que o já vivido, e sê-lo-á. Mas os danos já provocados (económica, social, cultural, moral, civilizacionalmente) já não têm retorno a prazo breve.
Para mim esta é uma nova dobradiça da nossa história, Clamote. Entre Ceuta, Kibir, e outras que vivemos, fica esta que estamos a viver.
Todas elas traições fatais de elites dirigentes.