O governo Portas/Passos tem realmente a confiança nos mínimos, atendendo a que, segundo o Eurobarómetro, 88% dos portugueses não confia no governo.
Assim sendo, compreende-se que o governo ande à procura de confiança. Só que a confiança de que o governo carece não a vai obter com a moção que vai apresentar na Assembleia da República. O governo está a dirigir-se ao lugar errado. O pedido de confiança deveria, isso sim, ser dirigido aos eleitores, os únicos em condições de poderem restaurar, ou não, a confiança perdida.
Se a confiança estava em mínimos, em mínimos vai continuar, após a remodelação. Esta põe fim aos megaministérios inventados pela demagogia de Passos Coelho, e neste particular pode dizer-se que a remodelação foi por bom caminho, mas a promoção do descredibilizado Portas a vice-primeiro-ministro, a promoção da ex-secretária de Estado do Tesouro, Maria Luís Albuquerque, a ministra das Finanças, tão fragilizada pelos seus repetidos "lapsos" no Parlamento que já se vê forçada a recorrer ao veto da maioria parlamentar para não ser confrontada com as suas afirmações, ou a nomeação de Rui Machete, com ligações aos casos BPN/SLN e BPP (omitidas, por razões mais que óbvias, na respectiva biografia oficial) retiram ao governo o suplemento de credibilidade de que carecia.
Não vai longe, porque, com todos estes casos, o "queimado" Passos Coelho só arranjou lenha para se queimar ainda mais.
1 comentário:
Eles agora vão de férias. Em setembro, a rábula continua. Espero que até Junho se escreva o último capítulo.
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