sexta-feira, 5 de julho de 2013

Eleições já! (III)

"Convenhamos que não faz qualquer sentido um primeiro-ministro escolher a ministra das Finanças sem ter, previamente, merecido a concordância da liderança do parceiro da coligação. Não faz mesmo qualquer sentido...
E, muito embora tenha, desde sempre, sido dos que, na área do Partido Socialista ( que o mesmo é dizer, da social-democracia ), se mostraram a favor da manutenção do actual Executivo até ao final do mandato, não vejo como se apresenta possível, nas presentes circunstâncias, evitar eleições antecipadas.
Que as mesmas representam um custo elevado para o País, é verdade. Mas, quais são, neste momento, as alternativas? Um Governo de iniciativa presidencial? Se há alguma certeza sobre o que o Presidente pensa acerca do exercício das suas funções, é que entende que não deve substituir-se aos partidos e ao Poder Executivo.

(...)
O Governo caiu. O Governo PSD-CDS já não existe. E, por conseguinte, goste-se ou não da solução, não me parece que exista qualquer alternativa à realização de eleições. Mas, convirá, em primeiro lugar, sublinhar a actuação inaceitável do Primeiro Ministro. Jamais deveria ter proposto para o lugar de Ministra das Finanças alguém que não merecia o apoio do parceiro da coligação. É de uma irracionalidade total, completa e absoluta, para além de condenável ao nível dos valores. Em segundo lugar, convém sublinhar a actuação infeliz, para não dizer desastrosa, de sua excelência o Presidente da República.
(...)
(António Rebelo de Sousa; "Sem sentido". Na íntegra: aqui) (Destaque da minha conta)

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