sexta-feira, 19 de julho de 2013

Sem olhar a meios

Tanto quanto me é dado saber, ainda não vi nenhum adversário do "acordo de compromisso de salvação nacional" proposto por Cavaco ao PS, PSD e CDS, usar de meios ilegítimos para se opor à concretização do dito "compromisso". O que tenho visto são pessoas politicamente responsáveis e empenhadas que consideram que tal acordo é sim um "compromisso de destruição nacional" e que, considerando-o como tal, se têm manifestado contra a sua assinatura por parte do PS, num exercício mais que legítimo de cidadania, expressando publica e livremente a sua opinião. 
Seria de esperar de um presidente da República, mesmo com letra minúscula, que soubesse que, em qualquer democracia digna desse nome, os cidadãos têm o direito de se expressar e de se manifestar livremente, cumprindo-lhe a ele, em primeira mão e mesmo discordando das opiniões expressas, respeitar o exercício desses direitos. 
Diria mais: neste caso, Cavaco teria toda a conveniência que se abstivesse de usar expressões como "não (...) olhar a meios", porque há factos que falam por si e onde o "não olhar a meios" se pode aplicar com toda a propriedade. 
Basta lembrar a "inventona das escutas" urdida na Presidência da República, durante o seu primeiro mandato, que visava derrotar o PS nas eleições legislativas de 2009; ou os discursos proferidos na sua última tomada de posse e no 25 de Abril 2011, que envergonhariam qualquer Presidente da República com um mínimo de sentido de Estado, discursos que objectivamente serviram para incentivar a oposição a derrubar o último Governo de José Sócrates. 
É que, digo eu, todo o cuidado é pouco para quem tem telhados de vidro. É mais ou menos esta a lição que se pode tirar do que diz o povo.

1 comentário:

Anónimo disse...

Sou um homem de Fé e ainda acalento a esperança de ver Cavaco, um dia, ter vergonha na cara. Mas já lhe resta pouco tempo...