Quem se tenha dado ao penoso trabalho de ouvir a declaração de Passos Coelho motivada pelo demissão de Paulo Portas não deve ter ficado com muitas dúvidas sobre a sanidade mental do ainda formalmente primeiro-ministro dum governo que, de facto, já não existe. O "rapazola" entrou definitivamente em estado de negação.
Para Passos Coelho, pelos vistos, há já sinais de que o país vai no bom caminho e ele está pronto a tudo fazer para se manter em funções e para dar continuidade à política em que já ninguém acredita, nem os seus ministros, como resulta, com meridiana clareza, dos pedidos de demissão dos únicos ministros de Estado do governo, Gaspar e Portas.
Certo é que, não tendo Passos Coelho tirado as devidas consequências do pedido de demissão de Paulo Portas, o país vai entrar num período de turbulência com consequências gravíssimas.
Pesa sobre Cavaco a responsabilidade de pôr termo a esta situação pantanosa. Por muito que ele se escude sob a alegação de que o governo não depende politicamente da Presidência da República, certo é que é ao PR que cabe assegurar o regular funcionamento das instituições e este está manifestamente em causa. Não pode Cavaco continuar a lavar as mãos como Pilatos. A gravidade da situação não lho consente. Acho eu.
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