Jerónimo de Sousa confessou-se confuso com a posição do PS sobre a fiscalização sucessiva da constitucionalidade do Orçamento. A meu ver, porém, sem razão, pois não existe qualquer dúvida sobre a matéria. Sabe-se, com efeito, embora por estas bandas se lamente, que a direcção da bancada parlamentar socialista não é favorável ao pedido de apreciação sucessiva da constitucionalidade do Orçamento e sabe-se, outrossim, que há deputados da mesma bancada que, tendo considerado, logo aquando da discussão na Assembleia da República, que a Lei do Orçamento contém normas que violam preceitos constitucionais, estão dispostos, agora e em coerência com a posição que defenderam, a avançar com o pedido de verificação sucessiva da constitucionalidade, no uso de um direito que a constituição lhes reconhece. Atitude que, do meu ponto de vista, não só os honra, porque não abdicam da defesa dos seus princípios, como serve para demonstrar que, ao contrário de outras, a bancada do PS não é uma cambada de "carneiros".
Dito isto, confesso que Jerónimo de Sousa não é o único a estar confuso. Porventura mais do que ele, também eu estou. Não sobre a postura do PS sobre a questão, mas sim sobre a posição do PCP. De facto, quem tenha ouvido dizer cobras e lagartos do Orçamento por parte de dirigentes PCP não pode deixar de sentir uma enorme perplexidade, quando Jerónimo de Sousa vem dizer que a fiscalização sucessiva da constitucionalidade do Orçamento é “um instrumento que pode ser ponderado”, mas que "o que é determinante e será decisivo é a luta dos trabalhadores“.
Será que a luta dos trabalhadores alguma vez impediu o PCP de recorrer a outras formas de luta política? Sabe-se que não e, aliás, não é necessário recuar muito no tempo para se lá chegar, pois ainda na anterior legislatura tivemos abundantes provas disso.
Então, por que razão vem agora Jerónimo de Sousa distanciar-se duma iniciativa que, supostamente, a crer nas proclamações feitas durante o debate do Orçamento, e mesmo posteriormente, não poderia deixar de merecer o seu aplauso e o seu apoio entusiástico? Será só devido à confusão que vai naquela cabeça?
(imagem daqui)
Será que a luta dos trabalhadores alguma vez impediu o PCP de recorrer a outras formas de luta política? Sabe-se que não e, aliás, não é necessário recuar muito no tempo para se lá chegar, pois ainda na anterior legislatura tivemos abundantes provas disso.
Então, por que razão vem agora Jerónimo de Sousa distanciar-se duma iniciativa que, supostamente, a crer nas proclamações feitas durante o debate do Orçamento, e mesmo posteriormente, não poderia deixar de merecer o seu aplauso e o seu apoio entusiástico? Será só devido à confusão que vai naquela cabeça?
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