A UGT acabou por assinar o acordo que representa o "maior retrocesso" nos direitos dos trabalhadores, como diz Carvalho da Silva. E bem. Duvido é que se lhe possa chamar acordo, porque nem a UGT é um parceiro, a menos que parceiro seja sinónimo de cúmplice, nem o documento é algo diferente dum ultimato vindo da parte do governo e do patronato e que a UGT se limitou a subscrever.
É verdade que, da proposta inicial, o governo deixou a cair a meia hora extra de trabalho diário. Só que tal sucedeu não devido a exigências da UGT, mas sim porque o patronato sempre declarou preferir a criação de uma bolsa de horas anual. Meia hora extra diária, ou mais, já o patronato a tem à borla, sempre que lhe convém, pois no actual estado de submissão do trabalhadores, estes dificilmente se atrevem a recusar as exigências do patronato. Este queria a bolsa e teve-a.
Deve dizer-se que, em boa verdade, a assinatura do documento por parte UGT não altera a natureza do documento que mais não é que uma imposição do governo e dos patrões. Infelizmente, para a UGT, a sua assinatura só vem provar que ela não passa dum parceiro-cúmplice para todas as ocasiões. Mesmo quando estão em causa as mais gravosas medidas impostas aos trabalhadores, medidas que vão, reconhece-o o Àlvaro para lá do que estava acordado no memorando da "troika".
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