terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Quanta ingenuidade!

Se não é ingénuo, João Proença, secretário-geral da UGT, disfarça bem. Justifica ele a assinatura do acordo em sede de concertação social por parte da UGT, alegando que "houve claras ameaças da parte do Governo que iria provocar uma grande desregulação laboral".
João Proença parece acreditar que, pelo facto de ter assinado o acordo, vai evitar que o governo venha a tomar medidas ainda mais gravosas, como se as agora adoptadas fossem coisa de somenos. Se acredita, é porque é não só ingénuo, mas também tolo. De facto, a assinatura do acordo pela UGT não só não vai ter esse efeito como se vai revelar contraproducente. O governo, depois desta assinatura, ficou a saber que, de futuro, pode contar com a UGT para tomar outras medidas, se estas não vierem a ter o resultado esperado, como é mais que provável. Não é que o governo não seja capaz de as tomar, mesmo sem o acordo da UGT. A participação desta, no entanto, serve-lhe às mil maravilhas para  obter cobertura  para as medidas que tomou e que virá a tomar a favor do patronato.
João Proença e a UGT não são, porém, os únicos ingénuos, neste negócio. O governo e o patronato não o são menos, ao acreditarem que com as medidas consagradas no acordo se vão resolver os problemas de competitividade da economia portuguesa. Esquecem ambos que, historicamente, o trabalho escravo nunca foi muito produtivo. Não é com a diminuição seus direitos, nem com o pagamento de salários de miséria que se motivam os trabalhadores e se aumenta a produtividade. O governo PPC e o patronato vão aprender essa lição mais cedo do que julgam.


(roubada aqui)

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