As palavras de Cavaco Silva acerca das suas reformas geraram um vigoroso movimento de protesto e de justa indignação, mas o seu "desabafo", a meu ver, só é grave porque revela, uma vez mais, que lhe falta, para usar a elegante e apropriada expressão de Louçã, "espessura e estatura" para o exercício das funções de presidente da República, De facto, este caso não é, nem de perto, nem de longe, o facto de maior gravidade que se lhe pode apontar, no exercício das suas funções. Muito mais grave foi todo o seu comportamento no famigerado caso das escutas, que passou impune e que não o impediu de vir a ser reeleito, por vontade da maioria dos eleitores portugueses. Como não se pode dizer que os eleitores não sabiam em quem iam votar, a sua reeleição também diz muito sobre a "espessura e a estatura" de quem o elegeu. No meio disto tudo, o pior é isto.
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