sábado, 14 de janeiro de 2012

Então, e as boas notícias?

 No Dinheiro Vivo
O titulo: 
"Corte nos ratings: As boas, as más notícias e o que é preocupante"
A fotografia
O texto:

"A agência Standard & Poor's cortou o rating de nove países da zona euro, mas castigou sobretudo Portugal, Espanha, Itália e Chipre. França, a segunda maior economia do euro, também foi despromovida. Portugal está agora num nível considerado "lixo". Conheça as consequências


AS MÁS NOTÍCIAS

1. O financiamento da União fica mais caro

O Fundo de Estabilização Financeira utiliza os ‘ratings’ AAA de alguns países para conseguir emitir dívida e esta descida dos ‘ratings’ francês e austríaco promete tornar mais caro o financiamento da União. Nos últimos meses, o FEEF tem pago juros baixos para emitir dívida, cobrando depois aos países resgatados – Portugal, Grécia, Irlanda – um prémio suplementar. Se o custo base da dívida pago pelo FEEF subir, é provável que os juros que Portugal paga à UE também subam.

A grande dúvida é que acontecerá nas próximas semanas, admite o jornal Expansion. O fundo europeu (FEEF) foi classificado como AAA por integrar países com o mesmo ‘rating’, mas resta saber como irão avaliar agora as agências de rating um fundo que mantém a Alemanha e Holanda como AAA, mas tem na França e Aústria dois países pior classificados. Já em Dezembro, o presidente do BCE tinha avisado que “as consequências da perda pela França do AAA” são uma questão importante, acrescentando que a o BCE estava a trabalhar activamente para compensar todos os cenários. 



2. Há o risco das garantias junto do BCE apertarem

Atualmente, o BCE aceita como colateral para empréstimos a dívida soberana de países classificados até BBB-. Com uma condição: é preciso que pelo menos uma agência de rating tenha classificado esse país até esse nível mínimo. Assim, e por agora, as condições de empréstimo devem manter-se. Os países resgatados – Grécia, Irlanda, Portugal – beneficiam de uma excepção, já que estão muito abaixo do patamar mínimo do BCE



3. Os juros pagos nas câmaras de Compensação devem subir

Quando um banco de financia nas Câmaras de Liquidação e Compensação, utiliza como garantia os títulos de dívida soberana que tem na sua carteira. Nestas operações é normalmente considerada o ‘rating’ do país mais baixo entre as três agências e estabelece-se um custo para o empréstimo. Com este corte generalizado nos ratings, um banco que até agora apresentava títulos franceses como AAA, 

pagará mais pelo empréstimo, já que a França sofreu um corte. 




AS BOAS NOTÍCIAS

Apesar de ser negativa, esta queda nos ratings já era esperada. Nas últimas semanas, os mercados de dívida já tinham descontado a hipótese da França sair do clube AAA, aumentando o custo de financiamento (exigindo mais juros) no mercado secundário. Mesmo assim espera-se que a França dê como alternativa a esta descida um reforço das garantias para os seus empréstimos, assegurando aos investidores que a sua dívida continua a ser tão segura com o AA como era com o AAA. 





O QUE É MAIS PREOCUPANTE

1. Faltam duas agências

A S&P é a mais relevante das três agências de rating, mas a maioria dos mecanismos de crédito leva em conta mais do que uma agência. Se a Moody's e a Fitch também acompanharem, o cenário pode pior significativamente. 



2. A Grécia parece não ter solução

Os investidores privados que há semanas negociavam a reestruturação da dívida grega anunciaram hoje que não chegaram a qualquer tipo de acordo. Apesar do Conselho Europeu ter previsto um corte de 50% na dívida grega detida por privados, a falta de acordo torna insustentável um corte eficaz e atira a Grécia para o default e para uma possível saída desordenada da zona euro.



3. O BCE está desconfiado

O Banco Central Europeu condicionou uma acção mais agressiva a um plano orçamental rigoroso dos países da zona euro. É essa a matriz do novo Tratado, mas o BCE já admitiu que poderá ser fácil para os países contornarem as novas regras orçamentais, o que retira credibilidade a este novo pacto."


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As más notícias e as preocupantes estou a vê-las bem. As boas notícias, apesar de referidas, é que não estou a descortiná-las. Como não me parece que seja uma boa notícia o facto de a queda já ser esperada, tudo indica que o Miguel Pacheco, ou não encontrou, apesar da evidente boa vontade, nenhuma notícia para nos alegrar, como é o mais provável, ou por distracção, deixou-as ficar no tinteiro.

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