segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Estás mal? Muda-te!



A vida tem destas ironias: vários anos depois da sua demissão do Governo, o "Público"de hoje vem recordar e encarecer uma das medidas tomadas por Correia de Campos no âmbito da reforma da Saúde, reforma por ele empreendida enquanto ministro da referida pasta para assegurar a sustentabilidade do SNS. A ironia deriva do facto de o "Público" ter sido um dos vários órgãos de comunicação social participantes na campanha orquestrada contra Correia de Campos, quando este empreendia a reorganização dos serviços de saúde, campanha que se tornou particularmente virulenta com o início do encerramento de algumas maternidades justificado pela fraca afluência e pelo facto de todas elas não terem as condições ideais para proporcionar uma adequada assistência às parturientes. 
Hoje, a medida parece consensual, mas na altura, foi contestada até à histeria, bem reflectida e manipulada pela comunicação social. Quem não se lembra das reportagens diárias, ou quase diárias, sobre os partos ocorridos em ambulâncias? A campanha atingiu tais extremos que Correia de Campos, para pacificação das turbas, achou por bem afastar-se do ministério.
Por coincidência, o mesmo diário publica também hoje um artigo de Correia de Campos, parcialmente reproduzido aqui, que bem revela a inteligência, a cultura, a sobriedade e até o sentido de equilíbrio do agora deputado europeu, qualidades de que, aliás, já dera provas como ministro. Um excelente ministro, para dizer toda a verdade.
Se Correia de Campos é hoje aqui chamado é porque me parece, olhando para a ineficácia do actual governo, que se justifica a generalização do seu caso. Na verdade, parecer ser sina nossa achar por bem despedir os melhores para escolher figuras de segunda ou de terceira escolha. Não era, por acaso, assim que Passos Coelho era considerado dentro do seu próprio partido?
E a prova está à vista. De facto, como qualificar os actuais governantes que para resolver os problemas do país não são capazes de encontrar outra fórmula que não seja a de apontar aos que os elegeram o caminho da saída? Se estás mal, muda-te! Para o estrangeiro, dizem eles.
(imagem daqui)

1 comentário:

rocha disse...

Jornalistas,sindicalistas,então? Não dizem nada, está tudo bem? E as camionetas de professores que com alguma frequência invadiam Lisboa e gritavam impropérios contra o antigo governo,onde estão? Foram-vos ao bolso,indecentemente,cambada de castrados e vós nem piais. Eu bem me parecia que vocês eram masoquistas.Não é assim Nogueira?