Eu já tinha dado conta de que estava em marcha uma campanha contra o (escandalosamente ainda) ministro Relvas. Tanto assim que, aqui há dias, entendi ser meu dever sair em sua defesa. Todavia, estava longe de supor que era a "mais brutal campanha" de que há memória, nos tempos democráticos, ainda para mais dirigida contra um um ministro, como diz o deputado do PSD, Carlos Abreu Amorim que, sendo considerado como um dos mais animados participantes na(s) campanha(s) contra o ex-primeiro-ministro Sócrates, deve saber do que fala, pelo que não é favor nenhum reconhecer-lhe a mais alta autoridade para se pronunciar sobre o assunto.
Ainda assim, só me convenci de vez que se tratava, na verdade, de algo sem paralelo, ao verificar que a campanha já ultrapassou fronteiras, pois a contestação a Relvas já chegou ao Tour de França e ao Col du Tourmalet.
Chegadas as coisas a tais extremos, tudo aponta para a eventualidade de o ministro estar em grave risco de extinção. Digo o ministro e não o Relvas, que este está aí para lavar e durar. Mesmo não estando em causa a pessoa de Relvas, o caso não deixa de ser sério e há que providenciar para que aquela eventualidade se não venha a concretizar. Há, pois, que lançar de imediato uma contra-campanha para a qual me proponho contribuir, lançando, para já, o lema: "Salvemos o ministro (Relvas)!"
A contra-campanha tem as suas dificuldades, mas parece-me que a melhor maneira de a iniciar, será demonstrar a falta de fundamentos das críticas que têm sido dirigidas contra o ministro.
A começar pela última que, não dizendo directamente respeito ao ministro, mas ao Relvas, himself, não deixou de afectar a imagem do ministro.
Refiro-me, como é óbvio, à "licenciatura" de Relvas. O que não se disse e se escreveu já sobre este assunto, divino Zeus! Não têm faltado alegações sobre ilegalidade, a imoralidade, a falta de ética e sei lá mais quê, quando, afinal a "licenciatura" vista pelos olhos do perspicaz, atento, avisado e bem informado Marcelo não passou de uma "oferta". Ora, digam lá como é que alguém, presenteado como uma "oferta", normalmente reage ? Recusa-a e passa por "pobre e mal agradecido" ? Ou, o mais normal não será aceitar e agradecer? Relvas aceitou e agradeceu. Que mal há nisto?
É verdade que também têm vindo à baila as "mentiras" do ministro sobre as suas ligações ao ex-espião Silva Carvalho, sobre o caso Relvas/Público e até as relativas às suas declarações sobre habilitações académicas constantes do seu registo biográfico na AR. O próprio o ministro já veio esclarecer, quanto este último ponto, que se tratou de um lapso (alguém, todavia, atento, já corrigiu para "relapso") e quanto ás restantes temos de convir que as mentiras do ministro não passam de "mentirolas" triviais, quando comparadas com as aldrabices do primeiro-ministro. (Toda a gente ainda se lembra que o dito cujo não aprovou o PEC IV, por não serem admissíveis mais impostos, sendo que, uma vez no governo, não tem feito outra coisa. Suponho que também ainda ninguém esqueceu que o candidato Passos/Coelho garantiu publicamente que, com ele no governo, não haveria cortes no subsídio de Natal e, uma vez no poder, não só concretizou o corte nesse mesmo ano (2011), como acabou, este ano (2012), por levar dois subsídios por atacado (o de férias e do de Natal) e por aqui se ficou, porque, entretanto, alguém lhe travou o passo.)
Alguém incomoda o primeiro-ministro por tamanhas aldrabices? Ninguém, ou, se há por aí algum recalcitrante, a verdade é que a sua voz não se ouve. Por que razão é que o ministro (Relvas) é vítima de tanta crítica só por causa duma "mentiroras" proferidas no Parlamento?
É mais que evidente a necessidade de encetar um aturado estudo para encontrar uma explicação para tão diferenciado tratamento, mas pela sua amplidão terá, naturalmente, que ficar para mais tarde.
Em matéria de críticas dirigidas ao ministro sobra, depois disto tudo, o quê?
Apenas e só as alegadas "ameaças e pressões" dirigidas ao "Público", mas sobre isto, pouco há já para dizer, em defesa de Relvas. A ERC, como já disse Relvas, "ilibou-o em toda a linha" e disse-o, com total propriedade, pois até na linha onde aparecia a referência a "pressões inaceitáveis", esta expressão acabou por cair.
Por obra de "amigos", dir-se-á. Mas, porventura, os amigos não são para as ocasiões?
A defesa do ministro (Relvas) fica feita, acho eu
Haja alguém que pegue no contra-ataque, pois há muito por onde pegar.
Pela minha parte, só mais uma contribuição: a escolha do símbolo da campanha. Nem mais, nem menos que o Lince ibérico", também ele um mamífero que esteve em perigo crítico de extinção. Se a campanha "Salvem o Lince ibérico" teve êxito, a campanha "Salvemos o ministro (Relvas)!" não há-de ter menor sucesso. Assim espero!